O ator Francisco Cuoco, um dos maiores galãs da televisão brasileira, dono de voz grave e olhar sedutor que marcaram décadas das telenovelas nacionais, morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos. A informação foi confirmada por familiares que o acompanhavam em frequentes internações nos últimos meses para tratamento de uma infecção nos rins e problemas de ansiedade.
Presença marcante nas telenovelas brasileiras, Cuoco construiu uma carreira sólida, especialmente em novelas da TV Globo nas décadas de 1970 e 1980. Ficou nacionalmente conhecido por papéis como o taxista Carlão, em Pecado Capital (1975), e o charlatão Herculano Quintanilha, em O Astro (1977), considerada um dos marcos da teledramaturgia brasileira.
Nascido em novembro de 1933, no bairro do Brás, em São Paulo, Cuoco veio de família humilde e teve seu primeiro emprego como feirante, ajudando o pai. Ingressou na Escola de Arte Dramática no início dos anos 1950 e estreou nos palcos em 1958, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto, em uma montagem dirigida por Alberto D’Aversa.
Participou do Teatro dos Sete, grupo formado por nomes de peso como Gianni Ratto e Ítalo Rossi, enquanto iniciava sua trajetória no teleteatro e, posteriormente, nas novelas.
Sua estreia como galã veio em 1964, na novela Marcados pelo Amor, na TV Record. Dois anos depois, brilhou como protagonista de Redenção (1966), e formou par romântico com Regina Duarte em várias produções, incluindo a emblemática Selva de Pedra (1972), de enorme audiência.
Ao longo da carreira, acumulou papéis em sucessos como O Outro (1987), onde interpretava dois personagens — Paulo Della Santa e Denizard de Mattos — em uma trama de suspense e identidade trocada, destacou o jornal Folha de S. Paulo ao divulgar a morte nesta quinta-feira.
Cuoco também atuou no cinema, em filmes como Traição (1998), Gêmeas (1999), Cafundó (2005), entre outros. No teatro, voltou aos palcos nos anos 2000 com peças como Três Homens Baixos (2004), Deus é Química (2009) e Uma Vida no Teatro (2013).
Além da atuação, arriscou-se como cantor. Lançou em 1975 o disco romântico Solead e mais tarde o CD Paz Interior, com 16 orações católicas.
Reservado sobre sua vida íntima, Francisco Cuoco teve três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — do casamento com Gina Rodrigues Cuoco, de quem se divorciou. Aos 75 anos, iniciou um relacionamento com Thaís Rodrigues, com quem viveu discretamente.
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