01 de novembro de 2024
Política • atualizado em 03/03/2020 às 21:40

Flávio Bolsonaro é acusado de chefiar organização criminosa para desviar dinheiro; defesa nega

Senador Flávio Bolsonaro, segundo filho do presidente. (Foto: Tania Rego/Agência Brasil)
Senador Flávio Bolsonaro, segundo filho do presidente. (Foto: Tania Rego/Agência Brasil)

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro era chefe de uma organização criminosa quando ainda era deputado estadual. De acordo com os promotores, pelo menos 13 assessores repassaram parte dos salários ao assessor do parlamentar, Fabrício Queiroz.

Em parecer, o MP afirma que há provas de que existiu uma organização criminosa “com alto grau de permanência e estabilidade, entre 2007 e 2018, destinada à prática de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro”.

Para os promotores, Fabrício Queiroz arrecadou boa parte da remuneração de funcionários fantasmas de Bolsonaro. Queiroz recebeu 483 depósitos na conta bancária, somando mais de R$ 2 milhões.

Apesar de ter dito que agiu sem conhecimento do então deputado estadual, o MP não acredita na versão. “Ele próprio alegou em sua defesa que retinha contracheques para prestar contas a terceiros”.

Em troca de mensagens apresentadas pelo MP, Queiroz pedia que uma funcionária do gabinete informasse o valor depositado na conta durante o mês para que ele prestasse contas. Segundo o órgão ministerial, a funcionária era Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano Nóbrega, que foi denunciado como líder de um grupo de milicianos e assassinos de aluguel que ganhou o nome de Escritório do Crime.

Os promotores também afirmam que a base do esquema de funcionários fantasmas esta a 200km da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 10 assessores da família Siqueira, parentes da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, que eram de Resende, no sul do estado.

Eles receberam, somados, mais de R$ 4,8 milhões em salários da Assembleia. Conforme o MP, 83% desse valor foi sacado em dinheiro vivo.

Para os investigadores, Flávio Bolsonaro era o líder da organização, que tinha pelo menos quatro núcleos com as seguintes tarefas: os que nomeavam, operadores financeiros, pessoas que aceitavam cargo em troca de devolver parte dos salários e também quem lavava dinheiro.

Defesa

Em um vídeo publicado nas redes sociais na tarde desta quinta-feira, Flávio Bolsonaro nega ‘rachadinhas’ e lavagem de dinheiro. Ele criticou o vazamento das informações do processo, que corre em segredo de Justiça, negou todas as acusações e se disse vítima de perseguição.

“Grande parte, a maioria esmagadora desses recursos são oriundas dos próprios parentes dele que trabalhavam lá também. Ele já falou isso publicamente, que geria os recursos da família. A família depositava o dinheiro em sua conta e ele fazia o que queria com o dinheiro. O que é que eu tenho a ver com isso?”, disse o senador.

Ainda nesta quinta-feira (19), às 23h43, o senador pediu ao Supremo Tribunal Federal que suspendesse as investigações. O relator será Gilmar Mendes porque ele foi o ministro sorteado para analisar reclamação anterior da defesa referente ao mesmo caso.

 

 


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