O ex-servidor comissionado da Diretoria de Comunicação Digital da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), e ex-candidato a vereador pelo antigo PSL, Josemar Alencar Linhares de Oliveira, foi preso preventivamente em Miami, na Flórida (EUA), e trazido de volta ao Brasil nesta quinta-feira (3). A Polícia Civil de Goiás (PC-GO) diz que ele tinha fugido na terça (1º).
Alencar Linhares, como também é conhecido, foi apontado em investigação como mentor intelectual do sequestro-relâmpago de um empresário de São Paulo que terminou com dois suspeitos mortos em confronto com a Polícia Militar entre Catalão e Davinópolis, como mostrou o Diário de Goiás na quarta-feira (2).
Assim como um quarto suspeito de participação, o ex-servidor estava foragido. Ele tinha embarcando no Aeroporto Internacional de Brasília (DF) para Miami na terça, poucos dias após a história do sequestro ter chegado à polícia e ele, inclusive, ser exonerado da Alego.
“A fuga, no entanto, foi frustrada por meio de articulação interestadual e internacional, com o apoio da Superintendência da Polícia Federal em Goiás”, divulgou a PC-GO nesta quinta.
A partir de cooperação policial internacional, o ex-servidor da Assembleia foi reconduzido de Miami ao Aeroporto Internacional de Brasília, onde agentes do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Goiás cumpriram o mandado de prisão preventiva. Alencar Linhares foi colocado à disposição do Poder Judiciário.
“As investigações prosseguem com o objetivo de identificar e capturar o terceiro executor do crime, cuja participação já foi parcialmente elucidada a partir de elementos informativos colhidos na fase inicial da apuração”, destacou a PC-GO.
As investigações revelaram que Josemar Alencar Linhares atraiu a vítima de São Paulo para Goiânia sob o falso pretexto de participação em uma reunião de negócios. Ele se apresentava como empresário influente e assessor parlamentar da Alego. Com isso ele convenceu a vítima a se hospedar em um hotel no Setor Marista.
“No dia 27 de junho, a vítima foi conduzida por um dos comparsas de Josemar em um veículo Fiat Punto até o local onde ocorreria uma suposta reunião. Durante o trajeto, dois criminosos armados — um escondido no compartimento de bagagens e outro que ingressou no veículo em movimento — renderam a vítima, submetendo-a a cárcere privado, agressões físicas e ameaças”, aponta a denúncia contra o ex-servidor público.
Além disso, a investigação apurou ainda que os autores pretendiam obter a transferência de vultuosas quantias, mas eles tiveram dificuldades operacionais e técnicas. Com isso, conseguiram realizar transferências bancárias via PIX no valor de R$ 6.813,28.
Após o pagamento, o empresário foi abandonado em uma estrada vicinal às margens da rodovia GO-147, sendo posteriormente socorrido por um caminhoneiro. “A investigação do GAS/Deic identificou Josemar como o responsável por arquitetar e comandar toda a ação criminosa”.
Os comparsas do mentor do sequestro foram localizados por equipes da Polícia Militar na zona rural do município de Davinópolis (GO). A PM informou que eles reagiram e, no confronto armado, foram alvejados e morreram durante atendimento hospitalar.
A PC-GO acredita que Josemar Alencar Linhares pode estar envolvido em outros crimes e por isso confirmou a identidade do preso esperando a identificação de novas vítimas.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do ex-servidor do Legislativo Estadual.
Leia mais sobre: Alego / Catalão / Davinópolis / PF / Polícia Civil de Goiás / Sequestro-relâmpago / Cidades