04 de novembro de 2024
Desdobramentos

Empresa de Gayer tinha como secretária um bebê de um ano, aponta investigação da PF

O bebê teria produzido um ata de assembleia da firma, conforme os documentos registrados. Além disso, a empresa tinha como cargos de alto escalão crianças de oito, seis e nove anos
Em suas redes sociais, Gustavo Gayer se defendeu e apresentou suas justificativas para as acusações. Foto: Reprodução/Redes sociais
Em suas redes sociais, Gustavo Gayer se defendeu e apresentou suas justificativas para as acusações. Foto: Reprodução/Redes sociais

As investigações da Polícia Federal (PF) que culminaram na deflagração da Operação Discalculia, nesta sexta-feira (25), apontaram possível falsificação de papéis na empresa vinculada ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), suspeita de desvio de verbas parlamentares. O fato curioso que levou a suspeita da fraude foi a participação de um bebê de um ano, que conforme os documentos, teria assinado uma ata de assembleia da firma, como secretária.

Além da secretária de apenas um ano de idade, a composição da empresa chama atenção. Os cargos de alto escalão eram todos ocupados por crianças: um presidente de oito anos de idade, um tesoureiro de seis anos e um vice-presidente de nove.

Conforme informações do UOL, o documento que faz parte dos autos da Operação apresenta dados da assembleia da Associação Comercial das Micro e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental e aponta que as crianças dos cargos executivos teriam mudado a diretoria da empresa, a razão social e o nome fantasia e ainda o endereço da sede.

Em suas redes sociais, o deputado comentou os detalhes apresentados pela acusação. “Essa fraude que eles estão falando é do conselho anterior ao novo conselho dela, então, esse conselho anterior, lá de 2003, parece que teve realmente essas pessoas que não tem idade para ter assinado a formação dessa OSCIP. O conselho de agora é totalmente diferente, a verba que eu iria destinar nem foi destinada. Não houve transferência de dinheiro público nenhum para essa empresa”, declarou Gayer.

Segundo as investigações, Gayer teria articulado a compra de uma associação inativa para transformá-la em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e, assim, captar verbas públicas de forma fraudulenta por meio de emendas parlamentares. A investigação aponta que o deputado teria dado a “última palavra” em todas as decisões do esquema.

O caso começou a ser apurado após a prisão de João Paulo de Souza Cavalcante, ligado ao deputado, acusado de ter financiado os atos golpistas de 8 de janeiro de 2022 em Brasília. No celular dele, foram capturadas mensagens que revelavam “condutas ilícitas” praticadas por Gustavo Gayer. A suspeita foi de que inclusive o parlamentar tenha desviado recursos públicos para ajudar no financiamento dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.


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