09 de outubro de 2024
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“É uma visão míope querer atingir o sistema S”, diz diretor regional do Sesc Senac sobre retirada de recursos 

Sesc e Senac afirmam que a retirada dos recursos pode fechar unidades em mais de 100 cidades, prejudicando 31 mil vagas gratuitas de ensino profissional e 7.700 da educação básica
Diretor regional do Sesc Senac, Leopoldo Pacheco. (Foto: Divulgação)
Diretor regional do Sesc Senac, Leopoldo Pacheco. (Foto: Divulgação)

A medida provisória (MP) que prevê a destinação de 5% dos recursos arrecadados pelo Sesc e Senac para custeio da Embratur e a promoção do turismo internacional no Brasil, tem gerado grande embate entre as entidades do Sistema S e a agência ligada ao Ministério do Turismo.

Ao Diário de Goiás, o diretor regional do Sesc Senac, Leopoldo Veiga, disse que é uma visão míope querer atingir o sistema que funciona e dá certo.

“A gente faz com que a economia circule, a economia tem esse poder. Estamos falando em reduzir as atividades do Mesa Brasil, a maior entidade de combate a fome, ou seja, muitas pessoas não passam fome por conta do Sesc Senac está estendendo a mão. Então é uma visão míope querer atingir o sistema que funciona e da certo”, destaca o diretor.

Em funcionamento há 7 décadas, Leopoldo Veiga explica que o Sistema S é auditado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). “Somos trimestralmente auditados”, afirma.

Nesta terça-feira (16), Sesc e Senac promoveram atos públicos em todo o país contra a regra, acrescentada na medida provisória do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos.

Durante os atos foram coletadas assinaturas para um abaixo-assinado contra o corte de recursos. O documento já tem a concordância de 500 mil pessoas.

Em entrevista recente, o presidente de Embratur, Marcelo Freixo, disse que estes recursos é para garantir a sustentabilidade da agência, que saiu do orçamento público em 2019 quando deixou de ser autarquia. 

Freixo afirmou ainda que, dos cerca de R$ 9 bilhões que as entidades do Sistema S arrecadam por ano, R$ 2 bilhões são de superávit, e que o valor destinado para Embratur seria de R$ 447 milhões. Freixo defendeu que o próprio setor de comércio ganharia com o crescimento do turismo.

Já Sesc e Senac afirmam que a retirada dos recursos pode fechar unidades em mais de 100 cidades, prejudicando 31 mil vagas gratuitas de ensino profissional e 7.700 da educação básica, além de outras implicações listadas por Marcelo Cirilo, do Sesc Nacional. 

Sem negociação

Leopoldo Veiga, descarta a possibilidade de uma negociação referente a retirada de 5% de recursos. O projeto que seria votado nesta quarta-feira (17) foi retirado de pauta, o anúncio foi feito pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD) para que seja feita uma negociação entre Embratur e Sesc Senac.

De acordo com Leopoldo essa proposta é inegociável. “Isso não vai acontecer. O sistema não vai deixar que nenhum recurso seja destinado a uma finalidade que não seja para o Sesc Senac”, garante.


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