Na próxima terça-feira (25) uma reunião da bancada goiana no Congresso Nacional deve retomar o clima de conflito que se instalou entre deputados e senadores de Goiás desde a eleição para a liderança do grupo, no dia 11, envolvendo os deputados José Nelto (UB) e Flávia Morais (PDT). Na oportunidade, Nelto foi eleito novo líder. Entretanto, na última quarta-feira (19) a eleição anterior foi ignorada e realizada outra que reconduziu Flávia por mais dois anos para coordenar a bancada.
José Nelto informou ao Diário de Goiás nesta quinta-feira (20) que a próxima reunião será a última oportunidade de chegar a um entendimento sem a judicialização do imbróglio. Segundo ele, existe remédio jurídico contra a recondução da deputada e “tem advogado trabalhando nisso”.
Sobre a eleição dessa semana, ele disse que não houve concorrente porque ele não viu legitimidade no novo processo. Entretanto, também a reeleição de Flávia aconteceu porque houve questionamento à forma como Nelto conduziu a escolha que o fez líder do grupo.
Votos não computados na raiz da confusão
Naquela ocasião, José Nelto deixou de contar votos declarados, enviados por escrito, vindos de parlamentares que não poderiam estar presentes. Houve um entendimento dos que participavam presencialmente de que só valeriam votos presenciais. Com isso, ele venceu com 7 votos contra 6 de Flávia.
Mas apenas um senador assinou a ata, quando Goiás tem três. A maioria assinando é uma exigência da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso (CMO).
Esse foi o principal motivo de a própria CMO não validar a ata anterior e esta semana ter reconhecido a eleição que reconduziu a deputada à coordenação da bancada goiana. Flávia foi eleita na quarta com 9 votos, dos 17 deputados goianos, e dois votos dos três senadores. Não havia concorrente.
Sobre esse resultado, o deputado alfinetou: “Eu ganhei a eleição. Eu não vou participar de nova eleição. [então] Ela foi candidata dela mesma”.
Ele não reconheceu sequer os deputados que formaram a comissão representativa para comunicar aos membros da bancada que a CMO não tinha aceitado a ata e assim conduzir a nova eleição dessa semana. Essa comissão foi formada por Adriana Accorsi (PT) e Daniel Agrobom (PL). “Ela [Flávia] mesma arrumou lá uma comissão fajuta”, atacou o parlamentar.
Bancada goiana rachou com conflito entre Flávia Morais e José Nelto afirma o deputado
Para Nelto, o formato da eleição que ele realizou não foi questionado corretamente pela deputada. “Ela participou de uma eleição. Conduziu a eleição. Ela assinou a ata reconhecendo a minha vitória. Tirou foto com todo mundo. Depois vem dar o golpe”, criticou ele.
Além disso, o parlamentar também questionou a manutenção da deputada por oito anos na liderança – seis já consumados e mais dois que virão –, e cobrou prestação de contas das emendas de bancadas. “É por isso que ela não larga o osso. Vamos provar lá na frente o que está acontecendo. Mas se tem seis anos que ela não presta contas, tem alguma coisa errada”, concluiu.
Procurada na tarde desta quinta, e informada por mensagens sobre o teor das declarações de Nelto, a deputada ainda não retornou ao pedido de entrevistas.
O que faz o coordenador de bancada
O coordenador de bancadas estaduais tem funções institucionais de representar a bancada na apresentação de emendas junto à CMO e com prerrogativas de representação só a ele conferidas na apreciação e votação de relatórios, incluindo o remanejamento de recursos e a apresentação de destaques.
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