O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) deu início a uma ampla descentralização no atendimento a pessoas com deficiência (PCDs) que precisam emitir ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) especial. A medida atende a uma demanda crescente: entre janeiro e maio de 2025, houve um aumento de 55,25% nas solicitações de exames da Junta Médica Especial, em comparação ao mesmo período de 2024.
Segundo o presidente do Detran-GO, delegado Waldir Soares, o crescimento nas demandas se deve a dois fatores principais: o aumento no número de acidentes que resultam em deficiência e o reforço da fiscalização contra fraudes em isenções fiscais destinadas a pessoas com deficiência. “Vimos muitas pessoas migrando da CNH comum para a CNH PCD, e também uma ação mais rigorosa da Secretaria da Economia que identificou situações de reabilitação não regularizadas”, explicou.
Para facilitar o acesso dos usuários aos exames necessários, o Detran criou novos pontos de atendimento no interior do Estado. A junta médica, que já atuava em Goiânia e Ceres, passa a funcionar também em Anápolis. A expansão está prevista para Formosa, Luziânia, Rio Verde, Catalão e Uruaçu. No entanto, o Oeste Goiano ainda enfrenta a falta de profissionais habilitados para esse tipo de atendimento.
“O custo de deslocamento até a capital inviabilizava o comparecimento de muitas pessoas. Vários exames estavam sendo cancelados por isso. Nosso objetivo é regionalizar e incluir essas pessoas no processo com dignidade e menos burocracia”, afirma Waldir.
Outra inovação anunciada é a possibilidade de o candidato PCD realizar o exame prático de direção com seu próprio veículo adaptado, desde que ele atenda aos requisitos técnicos exigidos. “É uma forma de reduzir custos e tornar o processo mais inclusivo. Cada caso será avaliado conforme o tipo e o grau de deficiência”, acrescentou o presidente do Detran.
O delegado reforçou ainda a importância de os condutores se manterem atentos às regras e evitar autuações, especialmente relacionadas ao uso indevido de isenções ou à não atualização de dados após a reabilitação. “É uma questão de responsabilidade social e respeito às políticas públicas destinadas a quem realmente precisa”, finalizou.
Confira os dados:
| Ano | Solicitações de exames |
|---|---|
| 2024 | 571 |
| 2025 | 1.276 |
| Aumento | 55,25% |
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