13 de outubro de 2024
Irregularidades • atualizado em 20/09/2024 às 18:16

Deputado denuncia propina para pagamento de prestadores do Imas; instituto não se manifesta

Clécio Alves apontou supostas irregularidades existentes no sistema e sugeriu uma investigação por parte do Ministério Público para solucionar a situação
Foto: Divulgação
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O deputado estadual Clécio Alves (Republicanos) denunciou, em entrevista ao Universo Politheia, nesta quinta-feira (19), a realização de esquema de propina para pagamento dos prestadores de serviço do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). O parlamentar apontou supostas irregularidades existentes no sistema e sugeriu uma investigação por parte do Ministério Público.

 “O Imas se transformou em caso de polícia. Eu tô aqui fazendo uma denúncia: ô Ministério Público, você sabia que, pra receber lá no Imas, o prestador de serviço, ele tem que pagar propina, senão não recebe? Eu tô afirmando. Lá, se o cara tem um hospital, uma clínica, e tem para receber no Imas, se não pagar propina, não paga, não recebe”, enfatizou.

Questionado sobre quem receberia esses valores, o deputado ponderou: “Quem tá comandando o Imas? Quem é o presidente do Imas? Quem é o diretor financeiro do Imas? E o servidor da Prefeitura que tá pagando o pato, porque desconta no salário dele todo mês, antecipadamente, e ele vai poder usar o hospital e se o hospital não pagar a propina não recebe”.

Diante da afirmativa, Clécio Alves sugeriu que o Ministério Público analisasse a relação de donos de clínicas, prestadores de serviço. De acordo com o deputado, enquanto há empresas com meses de atraso, outras estão com o pagamento em dia. “porque uns recebem e recebem rapidamente e outros não recebem de jeito nenhum?”, questionou o político.

“O Imas virou uma organização criminosa. É um crime o que estão fazendo com os servidores da Prefeitura de Goiânia. Isso é caso de polícia. É um negócio assustador. Isso precisa acabar. E se a polícia investigar, vai pegar rapidinho”, salientou Alves, com a afirmativa de que “tem muita gente perdendo a saúde, e até a vida, por conta dessa situação”.

Crise no Imas

Em crise há mais de um ano, os atrasos nos pagamentos do Imas têm prejudicado os atendimentos em hospitais de Goiânia. Em março, o Imas informou que a realização de repasses financeiros para os prestadores da rede credenciada seriam realizadas em ordem cronológica, sem a possibilidade de escolha de quem será beneficiado com os pagamentos ou de estabelecer privilégios.

Segundo o instituto, a finalidade era dar mais transparência às informações sobre transferências regulares realizadas pela autarquia. “É importante dizer, até para tranquilizar os prestadores, que ninguém será prejudicado com essas novas regras”, garantiu, na época, o presidente do Imas, Marcelo Marques Teixeira.

No mesmo mês, o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) suspendeu os atendimentos a pacientes (inclusive oncológicos) realizados pelo Imas, após déficit de pagamento 11 meses. Segundo o Ingoh, a solução no primeiro momento foi tirar recurso do próprio caixa para manter a compra de medicamentos, que possuem tecnologia avançada e são de alto custo.

O Ingoh afirmou ter buscado uma negociação com o IMAS, mas que não foi sinalizado nenhum movimento para a solução do problema. Na época, a dívida do instituto já somava R$ 220 milhões.

Já no início deste mês, o Conselho de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Conas) alegou que iria acionar o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e o Ministério Público Estadual (MP-GO) devido os balancetes do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas) estarem sem apreciação desde outubro de 2023.

A intenção, segundo a representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintego) no Conas, Meibb Freitas, era denunciar ao TCM-GO e ao MP-GO a falta do órgão fiscal no Imas e pedir providências para que o instituto seja obrigado a nomear os membros do Conselho Fiscal.

Segundo a própria direção, o Imas tem mais de 80 mil beneficiários, mas padece com diversos gargalos que têm se tornado públicos sazonalmente quando algum prestador de serviço decide suspender o atendimento alegando a falta de repasses pelos serviços prestados.

Resposta

O Diário de Goiás entrou em contato com a assessoria do Imas, para esclarecimentos, mas não foi disponibilizada entrevista, ou nota sobre o assunto. Este espaço está aberto para manifestações.


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