A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente de Goiás (Dema) investiga um vazamento de chorume ocorrido no fim da última semana em um aterro sanitário privado em Aparecida de Goiânia. Segundo divulgado pelo O Popular, o líquido atingiu um afluente do Ribeirão Santo Antônio, e a Polícia Civil apura se houve crime de poluição.
O problema foi identificado na quinta-feira (13), quando a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Polícia Civil receberam uma denúncia. No mesmo dia, fiscais constataram o vazamento e tomaram medidas para contê-lo, interrompendo o lançamento após a retirada de um mangote.
Na sexta-feira (14), o delegado Luziano Carvalho esteve no local e não encontrou mais vazamento, mas determinou uma perícia para análise do solo. Ele suspeita que o chorume tenha sido bombeado de forma intencional, já que não houve chuvas recentes. Segundo relatos de moradores, esse tipo de ocorrência seria frequente.
O procedimento aberto pela Dema investigará se o vazamento foi acidental ou proposital. Se confirmado crime de poluição, os responsáveis poderão ser enquadrados no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, que prevê penas de um a quatro anos de reclusão e multa.
O aterro privado já esteve no centro de controvérsias judiciais. Em 2024, uma decisão determinou que a Prefeitura de Aparecida de Goiânia transferisse o lixo para outro local, após ação civil pública do Ministério Público de Goiás (MP-GO). O MP havia denunciado, em 2018, depósitos irregulares de chorume no aterro público, o que teria contaminado o solo e o córrego Santo Antônio.
A Metropolitana Serviços Ambientais, responsável pelo aterro, afirmou em nota que o problema foi resolvido sem impactos ambientais. Segundo a empresa, equipes atuaram prontamente para conter o vazamento e revisar protocolos de segurança. A Semad também conduz um procedimento administrativo para avaliar possíveis infrações ambientais, com base no decreto federal 6514/2008.
Problemas na coleta de lixo
Além do vazamento, moradores de Aparecida de Goiânia reclamam de irregularidade na coleta de lixo. No Jardim Helvécia, os resíduos não eram recolhidos há pelo menos uma semana, e no Veiga Jardim, o serviço não foi realizado no sábado (15).
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia (Semma) reconheceu atrasos pontuais na coleta e afirmou que acionou a empresa responsável para normalizar o serviço até esta terça-feira (18). Já o Consórcio SQ Aparecida Sustentável, responsável pela coleta desde outubro de 2024, negou falhas na prestação do serviço e garantiu que não houve paralisação ou greve.
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