Na quinta-feira (20), o governador em exercício, Daniel Vilela, vai se reunir com o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, mais 11 prefeitos de cidades da região do Entorno do DF para discutir medidas que evitem o reajuste das passagens do transporte coletivo semiurbano. Após a autorização de aumento de 2,9% pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), na terça-feira (18), a nova tarifa começará a operar no próximo domingo (23).
Em menos de dois anos, este é o quarto reajuste aplicado pela ANTT. A mobilização se soma a outras medidas que o Governo de Goiás vem adotando nos últimos anos para evitar prejuízos à população que usa o transporte público na região.
Em fevereiro deste ano, a Secretaria de Estado do Entorno do Distrito Federal (Sedf) iniciou tratativas com o Governo Federal na tentativa de negociar a manutenção dos preços das passagens de transporte público coletivo entre Goiás e Brasília. A titular da Sedf, Maria Caroline Fleury, solicitou ao governo a suspensão do reajuste previsto.
A Sedf enviou ofícios aos ministérios do Transporte e Casa Civil e à ANTT solicitando a suspensão do reajuste ou a concessão de um subsídio federal. No entanto, ainda não houve resposta.
Em um pronunciamento, o governador Ronaldo Caiado criticou a falta de ações do governo federal para conter o reajuste, que foi autorizado pela ANTT esta semana. “Já demonstramos que é possível reduzir o valor das passagens e melhorar o transporte coletivo no Entorno, como fizemos na Região Metropolitana de Goiânia”, disse Caiado.
O governador em exercício se reunirá com autoridades dos municípios e do DF na tentativa de novas medidas. “O Entorno precisa de um transporte acessível e de qualidade, e isso passa por uma política tarifária equilibrada. Vamos buscar com o Governo do Distrito Federal e ao governo federal meios para soluções definitivas para o sistema coletivo”, avaliou Daniel Vilela.
Histórico de propostas
A proposta de Goiás é de que cada ente, Estados e a União, arquem igualmente com um terço do custeio do benefício, como é feito na capital, em que há seis anos a tarifa está congelada em R$ 4,30. A proposta segue em estudo pelo governo federal.
Desde 2019, o Governo de Goiás defende a criação de um consórcio interfederativo na região, com o subsídio mantido em parceria com a União e o Governo do Distrito Federal (GDF) para melhorar a qualidade do transporte da região.
No ano passado, após insistência da gestão estadual, um grupo de trabalho envolvendo os três entes federados foi criado para avançar no assunto. Técnicos do Ministério dos Transportes estiveram em Goiânia para conhecer o modelo de gestão compartilhada do transporte da Região Metropolitana.
Em 2022, diante de um reajuste 26% o Estado recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir o aumento. Em 2023, o governador Ronaldo Caiado foi até o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para suspender mais um reajuste da tarifa.
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