05 de novembro de 2024
Entrevista

Da filiação ao PT à primeira-dama do Brasil; Janja fala pela primeira vez ao Fantástico

Janja diz que trabalhará na questão da violência contra mulher, alimentação e combate ao racismo
Rosângela da Silva - Janja, em entrevista ao Fantástico. (Foto: Reprodução / TV GLobo).
Rosângela da Silva - Janja, em entrevista ao Fantástico. (Foto: Reprodução / TV GLobo).

A futura primeira-dama do Brasil recebeu pela pela primeira vez, uma equipe de TV para falar sobre toda sua trajetória. Em entrevista ao Fantástico, que foi ao ar na noite deste domingo (13), a paranaense de 56 anos, Rosângela da Silva, mas que prefere ser chamada de ‘Janja‘, disse que aos poucos a ‘ficha’ vai caindo.

”Ainda não caiu a ficha. Eu acordo e, tipo, tem que pensar uns 30 segundos para dizer: ‘Nossa, vamos virar essa chave que agora a vida vai mudar um pouco’, disse.

Janja conta que aos 17 anos de idade, em 1983, bem no início do movimento pelas Diretas Já, ela se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). ”No cursinho, eu conheci algumas pessoas do movimento estudantil e me filei ao PT. Aquela efervescência política pelas Diretas Já, que já acontecia em 83, isso tudo foi mexendo com a minha cabeça”, conta.

A futura primeira-dama já trabalhou na usina Itaipu, ainda trabalhou quatro anos na Eletrobras, no Rio de Janeiro, em seguida retornou a Curitiba e se aposentou aos 53 anos.

Aproximação com Lula

Janja conta ainda quando foi e como se apaixonou por Lula. Segundo ela foi no final de 2017 durante um jogo de futebol promovido, na ocasião, pelo Movimento Sem Terra (MST).

Final de 2017, o MST fez um jogo. E o Chico Buarque ia jogar. Todas nós sabemos, Chico Buarque. E eu falei assim: ‘Eu preciso ir nesse jogo’. Acabei indo no jogo. E eu conheci, quer dizer, já conhecia o meu marido de outros momentos. Óbvio que eu não sei se ele lembrava muito de mim. Mas enfim, a gente se sentou pra almoçar, todo mundo almoçou, os convidados e tal. Depois, ele pediu o meu telefone para alguém, eu recebi ali e foi indo. A gente foi se aproximando.

Durante todo período de governo Lula, Janja destaca que estará ao lado do petista praticamente boa parte do tempo.

”Eu vou continuar do lado dele. Eu não vou. Pelo menos, eu acho que eu não vou ficar… ele vai sair para trabalhar e eu vou ficar em casa. Isso vai ser difícil acontecer, porque não é da minha personalidade. Então, a gente vai estar junto. Eu vou estar do lado dele, eu acho que praticamente boa parte do tempo. Contribuindo no que eu puder contribuir”, ressalta.

Compromissos com o Brasil

Questionada sobre quais são seus compromissos com o povo brasileiro, Janja citou três de muitos que terão, segundo ela.

”Eu acho que compromisso meu, com certeza, é trazer à luz alguns temas que eu carrego na minha história. Que é a questão de violência contra mulheres, sim. Nós vamos trabalhar isso com muita força. Eu quero atuar bastante nisso. Fazer essa discussão com a sociedade. Não é com medida provisória que você resolve essa questão”. Alimentação, sim, é outro compromisso importante. Que não é só a alimentação saudável, mas garantir a alimentação. E, com certeza, a questão do racismo. Que é uma coisa que a gente não consegue mais admitir na sociedade. E, talvez, eu acho que não é uma coisa, mas discutir um pouco mais com a sociedade de que forma que a gente transforma esse ódio que a gente vive hoje em relações mais afetuosas? Em relações mais saudáveis? E aí a sociedade civil, as instituições da sociedade civil tem um papel importante. Da gente poder fazer esse diálogo com as pessoas que não votaram na gente”, completa.


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