14 de outubro de 2024
Reparação e medidas

“Continuaremos lutando por justiça”, diz Comitê Justiça Por Marielle e Anderson após prisões

Comitê cobra responsabilização dos culpados, reparação aos familiares e medidas de prevenção a novos casos de violência política
Grupo reúne os familiares das vítimas, Anistia Internacional, Instituto Marielle Franco, Justiça Global e Terra por Direitos. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil).
Grupo reúne os familiares das vítimas, Anistia Internacional, Instituto Marielle Franco, Justiça Global e Terra por Direitos. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil).

Em nota, o Comitê Justiça Por Marielle e Anderson se pronunciou afirmando que irá cobrar a responsabilização dos culpados pelas mortes das vítimas. Além disso, o grupo formado pelos familiares das vítimas, Anistia Internacional, Instituto Marielle Franco, Justiça Global e Terra por Direitos, reivindica reparação aos familiares e medidas de prevenção a novos casos de violência política.

O comitê afirma que a falta de respostas sobre quem mandou matar Marielle vem funcionando como um aval do Estado para que outros ataques à população negra, favelada e periférica ocorram. “Continuaremos lutando por justiça para que a investigação sobre os mandantes avance, para que haja o devido julgamento de todos os acusados desse crime brutal que nos tirou Marielle Franco e Anderson Gomes”, escreveu o grupo.

Vale lembrar que na manhã deste domingo (24), a Operação Murder Inc. cumpriu três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro. Foram presos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Em resposta, o comitê destaca que a delação de Ronnie Lessa, acusado de ter matado Marielle e Anderson, mostra que agentes ou ex-agentes do Estado, estariam envolvidos em todos os níveis do crime. O grupo considera que a impunidade dessas violações contra a população afro-brasileira permite a repetição de atos semelhantes e a perpetuação do racismo estrutural.

Esse caso reflete a impunidade estrutural em casos de crimes cometidos por agentes ou ex-agentes do Estado contra a vida de defensores de direitos humanos e civis como Marielle e Anderson Gomes, segmentos da sociedade que sofrem lesões a direitos de forma massificada na sociedade e têm dificuldade estrutural de acesso à justiça.

Comitê Justiça Por Marielle e Anderson

O grupo também ressalta que, no Brasil, não há uma política de reparação aos familiares e vítimas de violência do Estado que garanta investigação independente, participação efetiva nas investigações, indenização e apoio psicológico contínuo. “Por isso, entendemos que o sistema de justiça, aqui inserido as forças policiais em todos os seus níveis, historicamente, não oferece respostas efetivas diante de vítimas de violência do Estado”, conclui.

Relembre o caso

A então vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados na região central do Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018. As investigações no primeiro ano do caso levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de fazer os disparos; e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado no crime.

Com informações da Agência Brasil


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