09 de dezembro de 2024
Publicado em • atualizado em 30/11/2012 às 03:06

Vanderlan acabou com as minhas férias

Férias?

Bem que tentei.

Desliguei o celular por 24 horas.

Evitei ir ao ponto de encontro costumeiro.

Fui ao cinema e só faltou ver o último filme do casal de vampiros.

Dormi. Como dormi!

Aí vem o Altair Tavares e publica a vídeo-entrevista com Vanderlan Cardoso, ex e futuro (que a Deus pertence) candidato a governador…

A entrevista ressuscita um pré-candidato que parecia morto politicamente.

Vanderlan pouco fez para ser notado na campanha para as prefeituras. Focou a disputa em Senador Canedo e desagradou a vários aliados porque não andou, não foi lá, no palanque etc.

Vanderlan construiu uma imagem forte na campanha para o governo. Era o diferente.

Precipitou-se na ida para o PMDB. Amigos seus avaliam que foi na hora errada. Depois saiu de repente, quase sem avisar ninguém.

Este ano, quando todo mundo achava que, perdido o PMDB, ele iria apoiar incondicionalmente a reeleição de Paulo Garcia em Goiânia para se aproximar do PT, ele decido lançar candidato próprio, contra Paulo!

A aliança feita na campanha deste ano por Vanderlan é uma aliança à direita, com o deputado federal Ronaldo Caiado, do DEM. Inusitado?

Vejamos: Vanderlan elegeu-se prefeito de Senador Canedo por um partido da base do presidente petista Lula, o PR, saiu candidato a governador apresentando-se como ‘diferente’ em uma torta ‘terceira via’ neste mesmo partido, foi para o PMDB de repente, não menos ‘derrepentemente’ saiu de lá, e, após flertar com o governador Marconi Perillo (PSDB) – coisa que ele nega com a convicção exata pra gerar mais dúvida –, aliou-se ao principal inimigo do PT para enfrentar o PT na Capital, de modo a finalmente reapresentar-se como… terceira via para 2014.

Um círculo perfeito, dirão alguns, exaltados com o que parece mas não é.

Bem… O que é:

– inusitado, se se considerar que houve uma migração ideológica. Inusitado, porém compreensível, já que um político pode muito bem repensar seus valores e conceitos e rever posicionamentos;

– engraçado, se se considerar outra coisa: Vanderlan é hoje uma unanimidade. É dúvida na situação e dúvida na oposição. É dúvida também em qualquer lugar.

Eu diria que Vanderlan quer algo mais: ele quer confundir. E está conseguindo.

Diria mais: está conseguindo inclusive se confundir.

Ele tem lado: nenhum.

Isso que é marketing político! E ser diferente.

Vassil Oliveira

Jornalista. Escritor. Consultor político e de comunicação. Foi diretor de Redação na Tribuna do Planalto, editor de política em O Popular, apresentador e comentarista na Rádio Sagres 730 e presidente da agência Brasil Central (ABC), do governo de Goiás. Comandou a Comunicação de Goiânia (GO) e de Campo Grande (MS).