Já começo o texto expressando que minha visão é contrária ao que determina a regra. Porém essa é a minha visão como profissional de imprensa e de muitas pessoas, mesmo sem carregar a influência da paixão clubística. Só que a arbitragem não tem isso como base quando vai aplicar as advertências e punições dentro de campo.
No clássico disputado no Estádio Hailé Pinheiro pelo Campeonato Brasileiro Série B, entre Goiás e Vila Nova, que terminou empatado – um lance gerou bastante reclamação por parte do clube colorado. Na comemoração do segundo gol do Tigrão, já no finalzinho do jogo, o lateral-direito Elias colocou as mãos nas orelhas e como já tinha cartão amarelo, recebeu o vermelho após o árbitro Rafael Klein ser avisado pela cabine de VAR.
O gesto teve seu tom provocativo. Jogando em um estádio onde apenas torcedores do Goiás estavam presentes, ele tirou a chamada ‘onda’. O gol do Vila Nova tinha provocado um silêncio nos esmeraldinos que já festejavam a vitória no clássico e a quebra de uma sequência negativa no retrospecto recente diante do grande rival.
Poxa… O jogador é provocado durante os 90 minutos pelo torcedor adversário. A galera pega no pé, tem vaias e xingamentos o tempo todo. No momento do gol, o Elias extravasou e deu o troco. E olha que não utilizou palavras de baixo calão ou fez gestos obscenos. No meu entendimento não foi uma atitude para punição.
Só que essa não é a visão da arbitragem que é orientada pelas entidades que administram o futebol, de aplicar inicialmente o cartão amarelo para casos como o de Elias. Voltando no tempo, Pedro Raul quando era jogador do Goiás – recebeu também um cartão – quando fez o mesmo gesto em uma partida contra o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista.
Orientação da CBF: No futebol, um jogador que provoque a torcida adversária pode ser punido com cartão amarelo ou vermelho, dependendo da gravidade da conduta. A provocação, que inclui gestos ou palavras ofensivas, é considerada conduta antidesportiva, e a decisão de aplicar a punição cabe ao árbitro.
EXPULSÃO DE ELIAS
— Charlie Pereira (@charliepereira_) April 18, 2025
O árbitro Rafael Klein relatou na súmula do clássico @goiasoficial x @VilaNovaFC o motivo do cartão vermelho para o lateral do Tigrão: "Gestos provadores, debochados ou exaltados". pic.twitter.com/ceIWN2L3z3
O gaúcho Rafael Klein aplicou a norma estabelecida pela CBF. Não é justo a reclamação contra a arbitragem. Dirigentes e Clubes deveriam bater na porta da Confederação Brasileira de Futebol e pedir uma mudança nesta orientação, ou então – explicar o que pode e o que não pode para seus jogadores.