A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) anunciou a ampliação do prazo para cadastro nas áreas do novo distrito industrial de Anápolis, o DaiaPlam, que fica a 50 km de Goiânia. O novo distrito foi criado em uma área contígua ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia).
A seleção das empresas será feita com base em critérios estabelecidos no edital, incluindo o impacto na geração de empregos, que avalia o efeito no mercado de trabalho e na economia local, além da adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). A pontuação obtida determinará o percentual de subsídio no valor do terreno, podendo garantir até 75% de desconto no metro quadrado da área.
Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, o presidente da Codego, Francisco Júnior, detalhou como será realizado o processo seletivo das empresas e quais as expectativas para a ocupação das áreas.
Confira a entrevista na íntegra:
Altair Tavares: Presidente, a Codego apresentou hoje o prazo objetivo para empresas que têm interesses em uma nova áreas no DaiaPlam. Efetivamente, dia 9 começa o prazo ou termina?
Francisco Júnior: Nós publicamos um edital que traz os critérios, explica a documentação para os interessados em adquirir área no DaiaPlam, que é uma expansão do Distrito Daia, Distrito Agroindustrial de Anápolis. Dia 9 é o prazo para os interessados apresentarem o procedimento para fazer o assentamento dessas empresas. Então, dia 9 é o prazo final para esse edital, para entregar as propostas para adquirir área no DaiaPlam, que é uma extensão do Daia.
Altair: Nessa negociação agora, o DaiaPlam tem 1.7 milhão de metros quadrados a mais. Quantas empresas cabem nesse local?
Francisco Jr: Temos falado de uma capacidade de até 100 empresas, mas isso vai depender do tamanho das empresas, porque a proposta do DaiaPlam é modulado, então você pode adquirir uma área pequenininha, de 2 mil metros, até uma área de 100 mil metros, se for necessidade da empresa. Então, se vierem empresas muito grandes, vamos supor, se vierem 10 empresas de 100 mil metros, já são 1 milhão de metros, mas isso não acontece. Pela experiência, entendemos que tem algumas empresas maiores, mas um volume muito grande de empresa fica entre 10 e 20 mil metros. Jogamos, na média, a oportunidade para em torno de 100 empresas novas.
Altair: A nova área, o DaiaPlam, resolve o represamento que havia para a expansão do Daia, vindo aí de muitos anos?
Francisco Jr: O DaiaPlam foi lançado em 2006, porém, ele foi lançado, mas não estava pronto. De forma que o problema maior era a falta de energia, e essa falta de energia prejudicou tanto o DaiaPlam como várias atividades em Anápolis e no Daia como um todo. Nesse momento, nós temos o DaiaPlam totalmente regularizado, sem problema de energia, sem problema de água, é um distrito moderno, então, é uma grande oportunidade para finalizar esse represamento, como você mesmo falou.
Existe uma demanda, e eu entendo que o DaiaPlam vai atender, nesse momento, muito bem aqueles que precisam tanto expandir as suas empresas, quanto também outras empresas nacionais ou internacionais que querem se instalar em Goiás.
Altair: Quando o senhor fala de expansão, você quer dizer que as empresas que estão no Daia podem também fazer sua proposta para o DaiaPlam? O senhor já recebeu sinais de empresas que querem fazer essa expansão?
Francisco Jr: Sim, tem muitas empresas. Graças a Deus, as empresas goianas têm crescido bem, têm conquistado novos mercados e precisam de espaço para expandir. Então, existem várias empresas, pequenas, médias, grandes, que precisam de área para expandir.Tanto empresas que estão no Daiaa, ou em Anápolis, ou mesmo em outras cidades do Estado de Goiás, que precisam expandir e veem o Daia como uma oportunidade.
Altair: O senhor tem expectativa de que vai ter mais interessados e vai ter que selecionar, ou ainda não tem uma noção de quantos podem aparecer?
Francisco Jr: Curiosos que ligam pedindo informação, tem muitos. Mas eu entendo que sempre é um investimento alto, existe um momento econômico também não tão favorável, nacional hoje, toda essa situação. Então, eu entendo que nós vamos ter um sucesso. Tem muitos interessados, teremos boas empresas, mas entendo que é uma etapa. Eu não acredito que nós teremos mais interessados do que a oferta de área, mas isso será progressivo. Terminado esse edital, faremos outro e vamos, então, ocupando as áreas, porque é uma área significativa, são 1.1 milhão de metros úteis, 1.7 milhão de metros no total e 1.1 milhão de metros de oferta de área. Eu penso que poucos lugares, talvez hoje, no Brasil, tem uma oferta dessas. E, daqui a pouco, nós vamos ter mais 2 milhões de áreas em Aparecida. Hoje o Estado de Goiás sai na frente com essa oferta de área de qualidade específica para atividade industrial.
Altair: Quer dizer que, na prática, surgindo os interessados, o Estado hoje não tem, digamos, problema de oferta de áreas para instalação de empresas, de projetos industriais em distritos industriais?
Franciso Jr: Acredito que não, até porque nós estamos falando da área, que é a maior, é a mais importante e tem essa oportunidade de área. Mas nós temos outros distritos no Estado, então eu não penso que vamos ter dificuldade de acolher aqueles que quiserem vir investir em Goiás.
Altair: Quais segmentos tem mais empresas que manifestarem interesse?
Francisco Jr: Cada distrito do Estado tem uma vocação. A vocação do Daia é a indústria farmacêutica. Nós temos esses outros segmentos, inclusive, tem a de automóveis. Nesse momento, a gente tem trabalhado a questão a todos os outros segmentos, não somente a indústria, mas nesse edital, nós estamos abrindo a possibilidade para atividade não industrial correlada à indústria. O que é isso? A indústria tem necessidades, logística entre a prestação de serviços, e estamos, nesse momento, abrindo a possibilidade para desde o edital, nós acolhermos também e ofertarmos área para as atividades correladas de comércio e serviço, correladas à indústria.
Altair: Para o DaiaPlam, qual é a expansão do ponto de vista de emprego?
Francisco Jr: Tomando por base outras experiências, nós temos falado de um potencial dele todo ocupado de emprego, geração de empregos diretos e indiretos, de 20 mil novos postos de trabalho, considerando a atividade direta e indireta. O que também é uma estimativa, porque não tem como a gente fazer esse cálculo. Ao final do certame, ao final dessa licitação, daqui uns três meses mais ou menos, nós saberemos quem são os selecionados. E aí sim, cada um vai ter o seu plano de trabalho, vai ter o seu plano de ocupação e nós já poderemos sinalizar com certeza a previsão de geração de novos postos de trabalho.
Altair: Dentro da perspectiva que o senhor apontou, de novos polos, citou Anápolis e Dianote. Como está a estrutura dos projetos em andamento com o governo?
Francisco Jr: Em funcionamento, nós temos hoje 26 distritos, abrangendo praticamente todo o território do Estado. Nós temos distritos no Entorno, na Região Sul, Norte, Sudoeste, então está bem distribuído. E tem projetos de novos distritos, que aí eles se limitam um pouco também pela dificuldade de infraestrutura, energética principalmente.
Mas, nós temos hoje muitos destes distritos sem oportunidade de área, então, estamos, da mesma forma, atentos e buscando expandi-los. É o caso, por exemplo, de Catalão, que nós temos um distrito lá muito bom, onde nós temos grandes fábricas, como é o caso da HPE, que é a Mitsubishi, John Deere e tantas outras, e lá eles precisam de área. Nós estamos avaliando como fazer para expandir esse distrito.
É um problema que acontece em diversos outros. Nós temos esse problema em Senador Canedo, nós temos esse problema em Goianira, por exemplo. E já existem ações em cada um destes distritos promovendo essa expansão. Não temos como dar um prazo para isso, mas o importante, a análise que eu faço, é que hoje todo o Estado de Goiás tem sido procurado. Todo o Estado de Goiás tem despertado interesse em vários segmentos, segmento mineral, segmento da indústria do agronegócio, dos fármacos e tantas outras áreas. Percebemos que todo o Estado de Goiás hoje tem essa pungência econômica, superior à média nacional mais que duas vezes.
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