16 de maio de 2025
Esportes • atualizado em 07/05/2025 às 16:36

Clubes goianos somam mais de R$ 130 milhões em déficit

Times refletem os efeitos do mercado inflacionado do futebol brasileiro
Foto - Reprodução
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Diante do mercado inflacionado do futebol brasileiro, a instabilidade econômica afeta boa parte dos clubes brasileiros. Os três maiores representantes do futebol goiano Goiás, Vila Nova e Atlético-GO, encerraram a última temporada no vermelho. Juntos os rivais acumulam um déficit que ultrapassa R$ 130 milhões.

Alviverde no vermelho: O Goiás Esporte Clube, rebaixado à Série B em 2023, lidera a lista com um déficit de R$ 69 milhões. No entanto, a queda para a segunda divisão aumentou ainda mais a pressão sobre a diretoria esmeraldina.

Apesar desse cenário, o presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro, defende uma leitura mais ampla dos números.

“É um número assustador, certo? Eu acho ruim. O Goiás vinha de dois anos de superávit. Em 2021, a gente teve um empate técnico, foi um déficit de um milhão apenas, ainda pagamos milhões de contas da gestão de 2020. Quando coloca 69 milhões no futebol, vocês têm que entender que isso não é salário, não. Isso tem viagens, hotel, premiação, encargos trabalhistas, muitas coisas. Eu olho o balanço do Goiás de uma forma diferente. Eu olho o balanço da forma que não houve incremento de receita. Este ano vai dar déficit? Vai, de novo, bem provável. Mas você pode ter certeza que o incremento de receita está sendo bem maior, mas muito maior que ano passado.”

Colorado também no vermelho: Apesar de lutar na parte de cima da tabela na Série B com uma das menores folhas salariais, o Vila Nova fechou o ano com déficit de R$ 18,8 milhões. É importante notar que a falta de grandes patrocinadores e as dividas herdadas das gestões anteriores pesaram nas contas do Tigrão. O presidente Hugo Jorge Bravo, abordou com franqueza a atual situação financeira do clube.

“Na próxima janela, já estamos bem comprometidos, não atingimos um número de 5 mil sócios, número que muito baixo, pelo tamanho da nossa torcida. Vamos ter que fazer cortes. Entendemos que a melhor contratação é conseguir pagar em dia. Se for precisar vender algum atleta na janela, nós vamos vender.”

Já o Atlético-GO, único representante goiano na elite do futebol nacional em 2024, também fechou a conta no vermelho. O clube terminou o ano com um déficit de R$ 45 milhões. Mesmo disputando a Série A, o Dragão não escapou das dificuldades financeiras que atingem o futebol brasileiro.

Segundo o presidente rubro-negro, Adson Batista, a principal razão para esse número está em uma decisão estratégica.

“O déficit é porque a gente ia receber aquele valor da Liga. Como o Atlético-GO pensou no futuro, nós recompramos nosso direito. Então aquele dinheiro, ele não existiu. Ele entrou, mas tem que ser contabilizado porque ele ia entrar esse ano, agora em março. Quem não vendeu, recebeu uma bolada. O Atlético-GO preferiu recomprar. Nós estamos nos nossos limites financeiros, mas com muita responsabilidade, porque entendemos que no futuro será muito positivo isso para o clube.”

A realidade dos clubes goianos é apenas um reflexo diante do mercado inflacionado do futebol brasileiro que vem aumentando a cada ano. Dos clubes da Série A, que divulgaram seu balancete, poucos clubes fecharam a conta no verde. Palmeiras (R$ 198 milhões), Grêmio (R$ 43,6 milhões) e Atlético-MG (R$ 6 milhões). Por outro lado, o São Paulo lidera a lista dos clubes em situação crítica com déficit de R$ 287,6 milhões. Confira:


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