O incêndio na Maximus Confecções que feriu 21 pessoas, 11 de forma grave, e destruiu fantasias para o carnaval de 2025 de várias agremiações fez com que a Liga das Escolas de Samba do Carnaval carioca convocasse uma assembleia para avaliar a suspensão do rebaixamento no desfile desse ano no Rio de Janeiro. As escolas atingidas não terão tempo de produzir novas fantasias para o desfile de carnaval, uma das maiores festas populares do mundo. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez um apelo para não ter rebaixamento.
Escolas que perderam as fantasias no incêndio
Três agremiações perderam tudo: Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu. Também saíram prejudicadas outras duas escolas de samba que tinham fantasias dentro da fábrica: Acadêmicos de Vigário Geral e Em Cima da Hora, conforme o portal G1.
Pedido feito
Paes informou na manhã desta quarta-feira (12) que conversou com o presidente da Liga RJ, Hugo Júnior, sobre as escolas atingidas pelo incêndio na Maximus, localizada em Ramos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para que as agremiações afetadas não sejam rebaixadas neste ano.
“Conversei agora com o presidente Hugo Júnior da série Ouro que me deu mais detalhes das 3 escolas afetadas pelo incêndio de hoje em Ramos. Já tomamos a decisão de que, independente de qualquer coisa, as escolas não serão rebaixadas no carnaval desse ano. Havendo possibilidade de desfilar, as três serão consideradas hors concours [acima da competição]”, escreveu Paes, que estava viajando.
Segundo o G1, a Liga RJ disse que o “impacto deste incidente atinge diretamente o planejamento do carnaval e toda a cadeia produtiva envolvida na sua realização.
Incêndio que destruiu fantasias comprometeu Carnaval, diz Liga
“A Fábrica Maximus desempenha um papel fundamental no fornecimento de materiais para as escolas de samba e, além disso, serve como espaço para a confecção de fantasias de diversas agremiações. O impacto deste incidente atinge diretamente o planejamento do Carnaval e toda a cadeia produtiva envolvida na sua realização”, divulgou a Liga.
Diante do ocorrido, dirigentes vão convocar uma assembleia extraordinária para garantir “que nenhuma escola de samba filiada seja prejudicada” (…) Nosso compromisso é buscar soluções que possibilitem a continuidade dos trabalhos e a realização do Carnaval com a grandiosidade que o povo merece”, destacou ainda a Liga.
No incêndio que pegou os funcionários de surpresa, durante a madrugada, mais de 20 pessoas se feriram, algumas em estado grave. Vários funcionários estavam no galpão quando o fogo começou, e uma parte deles, inclusive, estava dormindo, descansando do trabalho intenso pré-carnaval.
Faxineiro e gari foram heróis
Pessoas que estavam no andar superior da construção tiveram de ser resgatadas pelos bombeiros pelas janelas, mas até que isso acontecesse, o desespero tomou conta e alguns saltaram pelas janelas do segundo andar. O faxineiro Ricardo Braz contou em entrevista ao portal Terra que, usando uma escada, conseguiu retirar por uma pequena janela 10 costureiras que gritavam desesperadas no andar de cima.
O incêndio foi percebido primeiro pelo gari Cláudio Conceição. Ele passava perto do galpão levando o neto para a creche. Empenhado em ajudar, o trabalhador ajudou a forrar o chão com adereços da fábrica para algumas pessoas pularem e acionou os bombeiros rapidamente, o que foi determinante para evitar uma tragédia maior.
Os bombeiros chegaram rápido e tiveram muito trabalho. Um deles chegou a cair de uma escada improvisada que quebrou, segundo Conceição.
Fábrica não tinha autorização dos bombeiros
A fábrica de fantasias não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para funcionar, segundo o coronel Luciano Sarmento, subcomandante-geral da corporação.
Segundo os bombeiros, 21 pessoas foram socorridas pelos bombeiros. Ao menos 11 estão em quadro grave de saúde. Não há mortos, nem desaparecidos.
O bombeiro-militar citou as condições como agravante. “Era uma edificação que possuía muitos materiais de alta combustão, como plásticos e papéis. A edificação não possui certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e, por consequência, não tinha as condições de segurança para o funcionamento”.
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