O Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO) reforça neste ano a campanha que incentiva contribuintes a destinarem parte do Imposto de Renda devido a fundos e projetos sociais. Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, a presidente do CRCGO, Sucena Hummel, destacou que Goiânia está totalmente regularizada para receber as doações, tanto pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA) quanto pelo Fundo Municipal da Pessoa Idosa (FMDPI).
Segundo Sucena, qualquer contribuinte que faça a declaração do IR pelo modelo completo pode destinar até 3% do imposto devido para cada um desses fundos. “Esse dinheiro vai direto para a conta do fundo e é usado para políticas de assistência social, seja pelo município ou em parceria com entidades credenciadas. É uma forma de ajudar quem está perto, no nosso município, sem pagar nada a mais, apenas deixando de mandar para o Governo Federal, cujo destino final nem sempre sabemos”, explicou.
Apesar das facilidades, a adesão ainda é baixa em Goiânia. Sucena atribui isso à falta de informação e desconfiança por parte dos contribuintes. “É importante lembrar que, ao fazer a destinação, a pessoa não cai na malha fina, não paga mais nada, e a Receita Federal e o Ministério Público participam da campanha. Por isso, convidamos todos a conhecerem os projetos beneficiados e verem como o dinheiro faz a diferença na vida de muitas pessoas”, reforçou.
Sucena esclareceu que, embora no passado houvesse entraves no repasse dos recursos, atualmente Goiânia está com os fundos devidamente regularizados, e os valores arrecadados passam por processos legais rigorosos antes de chegar às instituições. “Esse dinheiro só pode ser usado para assistência social e precisa passar por editais e checagem de documentos das entidades”, detalhou.
Destinações
Além dos fundos para crianças, adolescentes e idosos, o contribuinte também pode direcionar recursos para projetos desportivos, paradesportivos, culturais, audiovisuais, e programas de saúde como o Pronon (atenção oncológica) e o Pronas/PCD (saúde da pessoa com deficiência).
Os números mostram avanços: em 2024, o total de contribuintes que fizeram destinações aumentou 2,8% no Brasil, alcançando R$ 387,49 milhões — um crescimento de 36,5% em relação a 2023, com 59% destinados ao FMDCA e 41% ao FMDPI. Em Goiás, graças à mobilização do CRCGO e entidades parceiras, o salto foi expressivo: de R$ 6,3 milhões arrecadados em 2021 para R$ 19,1 milhões em 2024, um crescimento superior a 200%.
A campanha de 2025 foi lançada no início de março e tem como meta ampliar ainda mais esses números. “Com a ajuda da imprensa e dos contadores, estamos confiantes de que podemos destinar cada vez mais recursos para fazer o bem. Goiás tem um potencial de R$ 338 milhões que podem ser usados para transformar vidas”, concluiu Sucena Hummel.
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