A Câmara Municipal de Anápolis divulgou, na manhã desta segunda (19), a exoneração de Denílson Boaventura, que atuava como Diretor de Comunicação no local. A demissão se deu em função das investigações da operação “Máscara Digital”, deflagrada na última sexta-feira (16), pela Polícia Civil em Goiás.
Em nota, o Poder Legislativo anapolino também se coloca “à disposição das autoridades policiais e judiciais para o que se fizer necessário a contribuir ao devido processo legal”.
Denílson Boaventura é diretor de operações do site Portal 6 e um dos investigados da operação, que atua contra um grupo criminoso acusado de disseminar conteúdo calunioso e difamatório em perfis falsos nas redes sociais.
Ele é apontado como um dos administradores do perfil anônimo “Anápolis na Roda”, que vinha se notabilizando por publicar críticas anônimas, muitas vezes com conteúdo ofensivo contra políticos, autoridades do Judiciário e outros agentes públicos da cidade.
Além de Denílson, também são investigados a jornalista Ellysama Aires Lopes Almeida e Luís Gustavo Souza Rocha, atual secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis. Segundo as investigações, o grupo por trás do perfil se valia do anonimato para disseminar ataques que extrapolavam o direito à liberdade de expressão e configuravam possíveis crimes contra a honra.
Após cumprimento de mandados de prisão temporária dos investigados, na última sexta-feira (16), a Justiça de Goiás autorizou a soltura do grupo. A decisão foi assinada pela juíza Marcella Caetano da Costa, da 5ª Vara Criminal de Anápolis, após manifestação favorável do Ministério Público.
De acordo com o promotor Eliseu Antônio Belo, a prisão temporária dos suspeitos já cumpriu sua função. Os celulares dos investigados estavam desbloqueados e conectados aos perfis em redes sociais usados para os ataques, o que possibilitou à equipe do Geic (Grupo Especial de Investigação Criminal) coletar provas importantes logo nos primeiros dias da ação.
Mesmo em liberdade, os investigados permanecem sob medidas cautelares. Entre as obrigações estão a proibição de realizar novas publicações ofensivas, de retomar o controle das contas investigadas e de acessar redes sociais de forma ampla.
A reportagem tentou contato com o ex-diretor de comunicação da Câmara de Anápolis, mas não obteve êxito. O espaço está aberto para manifestações.