07 de julho de 2025
COBRANÇA

Caiado cobra Ministério da Saúde por repasses a hospitais e teme futuro do Cora

Ronaldo Caiado cobra repasses do Ministério da Saúde para hospitais em Goiás e questiona futuro do custeio do novo Complexo Oncológico Cora.
Caiado em coletiva de imprensa no Complexo Cora - Fotos: André Saddi e Rômulo Carvalho
Caiado em coletiva de imprensa no Complexo Cora - Fotos: André Saddi e Rômulo Carvalho

Ao iniciar o atendimento de pacientes pediátricos no Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), nesta segunda-feira (9), o governador Ronaldo Caiado (UB) acusou o Ministério da Saúde de não estar honrando repasses para o Hospital Estadual de Águas Lindas. Na inauguração, em junho do ano passado, a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que dividiria o custeio com o governo de Goiás, lembrou ele.

A fala foi um lamento e, ao mesmo tempo, uma dúvida sobre como será para o custeio do novo complexo oncológico.

Em entrevista no Cora nesta segunda, Caiado foi perguntado pelo editor-geral do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, se o governo goiano vai custear o Cora sozinho este ano ou o SUS dará apoio. Ele citou que o custeio é de R$ 6 milhões mensais e enfatizou: “R$ 36 milhões até o final do ano”. Depois, comparou com outras unidades e disse que é um custo “compatível para curar crianças”, mas confirmou que o governo ainda não tem esse recurso.

“Para você ter uma ideia, não temos nem habilitação do SUS no hospital que a ministra da Saúde [Nísia Trindade] esteve em Águas Lindas e se comprometeu a fazer, [cobrindo] 50% do custeio, e nunca mandaram um real” – Ronaldo Caiado

Futuro do Cora

Caiado seguiu citando a necessidade de recursos para o Cora e a indefinição se a unidade será habilitada. “Aqui [o Cora] era uma das três obras que eu havia pedido ao presidente [Lula] no início do governo dele, e também não veio nenhum real. Mas eu espero, pelo menos, que o que é direito de todo hospital público, até porque estarei recebendo crianças do Brasil todo, espero que toque o coração deles e eles realmente habilitem os leitos do Hospital Cora”,

O DG procurou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira e a assessoria informou que aguardava posição da área técnica para uma manifestação a respeito. Quando isto ocorrer, as informações serão atualizadas.

Nesta segunda, como mostrou o DG, houve a admissão dos primeiros pacientes pediátricos Cora – doze crianças.  A inauguração oficial da primeira etapa da unidade está prevista para julho.

O início dos trabalhos foi acompanhado pelo governador Ronaldo Caiado, que definiu o momento como a concretização de um sonho. “Não tem nenhum hospital privado no país que dá as mesmas condições de atendimento e procedimentos que estamos dando às crianças, via SUS [Sistema Único de Saúde]. Isso é inédito”, ressaltou.

O Hospital

Governador acompanhou início dos atendimentos – Fotos: André Saddi e Rômulo Carvalho

O Cora é definido pelo governo como uma revolução nacional no tratamento contra o câncer. Com aparelhos modernos e ampla estrutura física, a primeira etapa, que iniciou hoje os atendimentos, teve investimento estadual de R$ 192,7 milhões em obras e R$ 63,2 milhões em equipamentos.

O presidente da Fundação Pio XII, responsável pela gestão do hospital, Henrique Prata, anunciou que parte desse recurso irá retornar aos cofres públicos. “Sobrou crédito de receita e estamos devolvendo para o Tesouro do Estado”, afirmou.

Essa primeira fase do hospital contará com 60 leitos, sendo 48 de internação e 12 de observação, o que inclui enfermaria e UTIs. A estrutura também dispõe de 115 espaços de cuidado, como: quatro centros cirúrgicos; ambulatórios; radiologia; internação; e pronto-socorro. “Goiás tinha o hábito de inaugurar sem funcionar. Hoje nós estamos aqui recebendo as primeiras 12 crianças. Até amanhã já serão 20, 30, 40 e assim por diante”, mencionou Caiado.

A equipe de 275 profissionais, treinados desde abril com profissionais de Barretos, já está preparada para atuar na unidade.

Entre os diferenciais tecnológicos da unidade, destaca-se ainda um aparelho de ressonância magnética de última geração, com uso de inteligência artificial, que acelera o tempo de exame, melhora a qualidade das imagens e aumenta a precisão nos diagnósticos.


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