07 de julho de 2025
MEDIDA PREVENTIVA • atualizado em 17/06/2025 às 08:13

BRF abate 74 mil galinhas em Goiás após foco de gripe aviária em Santo Antônio da Barra

Empresa tomou medida preventiva autorizada pelo Mapa para evitar disseminação da doença em granja próxima ao foco confirmado
Empresa decidiu abater animais por medida de segurança - Foto ilustrativa: arquivo
Empresa decidiu abater animais por medida de segurança - Foto ilustrativa: arquivo

A BRF, holding que controla marcas como Sadia e Perdigão, anunciou que fez o abate preventivo de 74 mil galinhas em Santo Antônio da Barra, no Sudoeste de Goiás, como medida preventiva para eliminar riscos relacionados à gripe aviária. A cidade teve um foco confirmado de contaminação de aves domésticas em uma propriedade rural.

Já as aves abatidas estavam em uma granja parceira da BRF, também instalada em Santo Antônio da Barra, na região do foco.

O pedido de abate foi formalizado na sexta-feira (13) e autorizado pela vigilância do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e ocorreu no final de semana. A justificativa foi de que a empresa “optou por realizar, de forma voluntária e preventiva, o abate de animais saudáveis localizados em uma granja de galinhas para reprodução de ovos da BRF, localizada na região de Santo Antônio da Barra (GO)”.

Gripe aviária: medidas da BRF

Conforme a BRF, a medida foi “uma decisão estratégica da companhia” e atinge apenas essa propriedade. O motivo é que o criadouro está situado em raio de vigilância de suspeita de foco da doença. O foco foi confirmado em aves de subsistência de uma fazenda da vizinhança sem vínculo com a empresa.

Isolamento e inspeção

O isolamento e a inspeção detalhada da situação de produtores que estejam em um raio de até 10 km em relação ao ponto onde o caso for confirmado é um critério técnico adotado pelo ministério. A mesma medida foi tomada na cidade de Montenegro (RS), onde foi confirmado o primeiro caso de gripe aviária numa granja comercial de frangos em todo o país.

“A ação contribui de forma preventiva para a manutenção do status de biosseguridade em relação à doença em todo o país, em alinhamento com os esforços do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás”, afirmou a BRF, em seu pedido.

Foco confirmado em Goiás

Na solicitação, a BRF declarou que o abate das aves deveria ocorrer em sua unidade de Mineiros, a cerca de 230 quilômetros de Santo Antônio da Barra. As aves abatidas, segundo a empresa, seriam usadas exclusivamente como matéria-prima para processamento industrial, de utilização interna da própria indústria, o que significa, na prática, que podem ser transformadas em ração, por exemplo, entre outras finalidades.

Conforme o jornal Folha de São Paulo, a BRF reafirmou que se trata de uma ação voluntária e preventiva e que “a medida foi uma decisão estratégica da companhia e incluiu apenas as aves de uma propriedade que estava no raio de vigilância do foco”. A ação, segundo a empresa, foi iniciada e concluída no fim de semana.

Os primeiros casos de gripe aviária foram registrados em 16 de maio, quando foi oficializado o caso de Montenegro. Desde então, novos casos foram confirmados, mas em aves silvestres, como nos zoológicos de Sapucaia do Sul (RS) e de Brasília (DF), além de casos de aves de subsistência confirmados em Mato Grosso e Goiás.

Além desses casos, na sexta-feira (13), o governo de São Paulo também confirmou o primeiro caso de gripe aviária no estado em 2025. O registro foi feito em uma ave silvestre migratória, que não estava em uma granja e não era comercializada ou utilizada para produção de alimentos. A ave estava no centro de Diadema (Grande São Paulo).

Abates do concorrente

O jornal registrou que na última semana de maio, a Seara, empresa do Grupo JBS, concorrente da BRF, fez o abate emergencial de 67,1 mil frangos que estavam em uma granja da empresa, numa área próxima do foco de gripe aviária identificado em Montenegro.

O descarte das aves também foi autorizado pelo Mapa. Na ocasião, a empresa declarou que, “ainda que não fosse obrigada a fazê-lo pelas normas sanitárias, a Seara voluntariamente solicitou o abate das aves mencionadas por razões comerciais e de lógica de produção”.

Cuidados

A orientação dos agentes de segurança é nunca tocar em aves que possam apresentar sinais clínicos de influenza aviária. O consumo de aves e ovos não transmite a doença, diferentemente do contato direto com o animal infectado.

Os focos confirmados em aves de subsistência em alguns estados não alteram o período de 28 dias de “vazio sanitário” estabelecido após a desinfecção da área em Montenegro. O termo é utilizado para definir o período para a erradicação total da doença na região, o que ocorrerá em 19 de junho, se nenhum novo caso se confirmar em granjas e frigoríficos.

Até a última quarta (4), a suspensão total das exportações de carne de aves do Brasil abrangia 47 países após a confirmação do caso de Montenegro.


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