20 de junho de 2025
Gripe aviária • atualizado em 19/05/2025 às 18:29

Após dois casos de gripe aviária, Brasil poderá retomar exportações de frango em 28 dias

A retomada será aprovada caso não seja registrada mais nenhuma nova infecção no prazo de 28 dias
O prazo de 28 dias é o tempo definido pelos pesquisadores para que o risco de perpetuação de um ciclo seja extinto. Foto: Reprodução
O prazo de 28 dias é o tempo definido pelos pesquisadores para que o risco de perpetuação de um ciclo seja extinto. Foto: Reprodução

Após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial, no Rio Grando do Sul, o país entrou em estado de emergência zoossanitária por 60 dias, com suspensão de contratos de exportação de frango para a China e União Européia. No entanto, de acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o Brasil poderá retomar o comércio exterior da carne de frango em breve, caso não seja registrada mais nenhuma nova infecção no período de 28 dias.

Até então, já foram contabilizados dois casos confirmados de gripe aviária no país, ambos no Rio Grande do Sul: o primeiro em uma granja comercial no município de Montenegro e o segundo no zoológico da cidade de Sapucaia do Sul.

Durante conversa com jornalistas, nesta segunda-feira (19), o ministro afirmou que foi feito o bloqueio e o rastreamento de tudo que sai da granja onde o primeiro caso foi notificado. “Fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos. Diminui muito mesmo. Feito isso, cumpre-se o prazo de 28 dias, que é o ciclo desse vírus”, disse Fávaro.

O ministro assegurou que a medida apresenta eficácia científica e, se tudo correr dentro do esperado, o Brasil poderá retomar as exportações em menos de 30 dias. “Se em 28 dias não tiver nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado e aos compradores, a gente volta então a colocar o status de como livre de gripe aviária. O Brasil, de novo, livre de gripe aviária”, completou.

Mesmo com a retomada do status de país livre de gripe aviária, a normalização das exportações de carne de frango deverá ser gradativa. “Não significa que, imediatamente, todos os mercados se abrirão. Muitos vão fazer questionamento, tirar dúvidas. E é normal isso”, ressaltou.

Sem risco a humanos

O primeiro caso de vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial foi confirmado na última sexta-feira (16). Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial do país.

No dia do anúncio o Ministério da Agricultura destacou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango e nem de ovos e que o risco de infecções em humanos pelo vírus é baixo, os raros casos acometeram tratadores ou profissionais com contato direto e intenso com as aves infectadas, estejam elas vivas ou mortas, estando o restante da população considerada segura.

Apesar disso, desde o anúncio, a China, a União Europeia e a Argentina suspenderam as importações de carne de frango brasileira pelo prazo inicial de 60 dias. Mesmo com o foco regional, com casos registrados somente no Rio Grande do Sul, as restrições comerciais, no caso da China e do bloco europeu, abrangem todo o território nacional, por exigências previstas em acordos comerciais com o Brasil.

Além deste dois confirmados, o país investiga ainda seis casos, sendo dois em granjas comerciais do Tocantins e de Santa Catarina. Os demais focos foram registrados em produções domésticas e de subsistência no Mato Grosso, no Ceará, em Sergipe e no Rio Grande do Sul.

Carlos Fávaro avaliou que uma das formas de se reestabelecer a normalidade é manter o rigor na vigilância de casos. De acordo com o ministro, o sistema brasileiro é tido como o melhor do mundo. “É assim que a gente vai superar esse momento difícil e voltar à normalidade o mais rápido possível”, pontuou.

Com informações da Agência Brasil


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