15 de junho de 2025
AMEAÇA CONTINUA

Brasil investiga 7 casos suspeitos de gripe aviária e descarta três; Goiás continua livre

Ministério da Agricultura monitorou 7 casos suspeitos de gripe aviária e descartou três; aguardam resultado mais quatro locais; Goiás mantém emergência zoosanitária preventiva
Vinte países já suspenderam importação de aves do Brasil; Mapa analisa casos suspeitos - Foto: reprodução
Vinte países já suspenderam importação de aves do Brasil; Mapa analisa casos suspeitos - Foto: reprodução

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalhava de segunda para esta terça-feira (19 e 20) com 7 casos suspeitos de gripe aviária, tecnicamente chamada de infecção por influenza aviária de alta patogenicidade. Três já foram descartados após análises em criações de subsistência (não comerciais) nas cidades de Nova Brasilândia (MT), Gracho Cardoso (SE) e Triunfo (RS).

Já casos investigados em granjas comerciais dos estados de Tocantins e Santa Catarina permanecem em investigação. Além deles, havia suspeitas em duas produções de subsistência, uma no Ceará e outra em Instância Velha, no Rio Grande do Sul, estado onde foram confirmados dois casos – em uma granja de Montenegro e em um zoológico em Sapucaia do Sul, ambas na região metropolitana de Porto Alegre.

O caso de Montenegro foi o primeiro foco confirmado em uma granja comercial no Brasil, grande produtor e exportador de carne de frango e de ovos.

O material que foi coletado nas áreas de suspeita tem sido analisado no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo, no município de Campinas (SP).

Goiás faz cerco preventivo

Por causa desse cenário de risco ao redor de Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) publicou um decreto no sábado para situação de emergência zoosanitária preventiva contra a gripe aviária. O objetivo é reforçar as ações já desenvolvidas para  vigilância, prevenção e pronta resposta diante do cenário nacional da doença, “mesmo sem qualquer registro da gripe aviária no Estado até o momento, seja em granjas comerciais ou de subsistência, assim como em aves silvestres”, comunicou o órgão.

Vinte países suspenderam importações

Na segunda-feira (19) o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que 20 países já suspenderam importações de carne de aves brasileiras após o anúncio da contaminação, ocorrido na sexta-feira (16).

Ele explicou que, atualmente, há diferentes critérios de corte de exportação em vigor, conforme o protocolo mantido entre o Brasil e cada país ou bloco comprador.

“O sistema brasileiro é, sem sombra de dúvida, o melhor sistema mundial de defesa agropecuária. O vírus circula no mundo há 19 anos. É a primeira vez que aparece no Brasil”, disse Fávaro. Ele se referia ao caso da produção em granja, em Montenegro.

Os protocolos variam conforme os países. No caso da China e da União Europeia, que envolve 27 países, o protocolo define que o Brasil tem que paralisar as exportações nacionais, imediatamente, o que ocorreu.

Já países como o México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malásia e Argentina comunicaram a paralisação nacional por decisão própria. Enquanto isso, Cuba e Bahrein suspenderam a importação somente dos produtos do estado do Rio Grande do Sul.

Japão, um os maiores compradores de carne de frango do país, cortou apenas o fornecimento do município de Montenegro, mantendo as demais mercados brasileiros. Já Cingapura apenas limitou suas compras à produção fora de um raio de 10 quilômetros de raio ao redor da granja onde o foco foi detectado. O ministério está realizando coletas neste raio de 10 quilômetros.

Controle na região do foco

Em comunicado no domingo (18), o Mapa explicou que na área perifocal, ou seja, a área em um raio de 3 quilômetros da granja, os peritos vistoriaram 29 das 30 propriedades. Na chamada área de vigilância, situada em um raio entre 3 quilômetros e 7 quilômetros da granja infectada, houve vistoria de 238 das 510 propriedades.

Na propriedade onde surgiu o foco, já ocorreu o descarte de todas as aves e de seus ovos e está sendo realizada a limpeza e desinfecção de todas as instalações.. “Os ovos, provenientes da propriedade foco, foram completamente rastreados e a sua destruição está em andamento, para então se iniciar o processo de limpeza e desinfecção dos três incubatórios”, afirmou o Mapa.

A Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul não divulgou o nome da granja onde foi confirmado o caso da doença. O local, que era voltado para a produção de ovos férteis (ovos para obter pintinhos), tinha cerca de 17 mil aves.

Desde o surgimento do caso, o Mapa tem enfatizado que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango e nem de ovos e que o risco de infecções em humanos pelo vírus é baixo. O casos são raros e acometeram tratadores ou profissionais com contato direto e intenso com as aves infectadas, estejam elas vivas ou mortas. Dessa forma, tranquiliza o ministério, o restante da população está seguro.


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