O Brasil vai fazer parte da chamada Opep+. O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (18) que aceitará o convite da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) para entrar no subgrupo da organização composta de países aliados em um cartel que controla os preços do petróleo desde 1960. A decisão foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
A Opep+ é um subgrupo que reúne nações que participam de discussões estratégicas sobre o mercado de petróleo, apesar de não serem membros plenos da Opep. Segundo Silveira, a adesão do Brasil se dará como uma “carta de cooperação”, sem compromissos obrigatórios com o cartel.
O ministro defendeu a decisão e afirmou que “não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo”.
Brasil dá “sinal errado para o mundo” ao aderir à Opep+, afirma Greenpeace
Mas o governo Lula já enfrenta críticas de Ambientalistas que se opõem à medida anunciada pelo ministro. Entre as organizações, o Greenpeace Brasil declarou que a adesão do país ao grupo envia um “sinal errado para o mundo”, especialmente em um momento de recordes de temperatura e às vésperas da COP 30, que será sediada no Brasil em 2025.
O Observatório do Clima também se opõe, segundo a coordenadora de políticas públicas da organização, Suely Araújo, citada pela Agência Brasil.
Ao ser questionado sobre as reações contrárias, o ministro rebateu afirmando que não se pode fugir da discussão sobre transição energética. Alexandre de Silveira, também se disse ambientalista e negou a existência de contradição, já que o Brasil, segundo ele, é “líder da transição energética global”. O Brasil demorou mais de um ano para aceitar o convite da Opep para integrar o cartel.
O ministro informou que também foi negociado o processo de adesão do Brasil à IEA, Agência Internacional de Energia; e a entrada do país na Irena, Agência Internacional para as Energias Renováveis.
Após 65 anos, a OPEP hoje é composta por 13 países membros, mais os associados, que exploram e comercializam petróleo, e debatem medidas ligadas ao comércio do combustível no mundo. Entre eles, estão Arábia Saudita, Venezuela e Emirados Árabes. Este último sediou a COP 28, em 2023, ocasião em que o Brasil foi convidado a se somar à organização.
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