A pesquisa Datafolha realizada entre os dias 1º e 3 de abril de 2025 com 3.054 entrevistados em 172 municípios mostra que, apesar da alta de 5 pontos percentuais na avaliação positiva do governo Lula (PT), a expectativa sobre o desempenho futuro do presidente não melhorou. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Segundo o levantamento, 29% classificam o governo como ótimo ou bom, frente aos 24% registrados em fevereiro. No entanto, a taxa dos que consideram a gestão ruim ou péssima ainda é de 38%, superando a aprovação. A avaliação regular se manteve em 32%.
Apesar da recuperação parcial da imagem presidencial após o pior índice de aprovação do terceiro mandato em fevereiro os números atuais ainda representam o segundo pior patamar da terceira gestão de Lula.
Expectativas futuras paradas e comparação histórica
Pela primeira vez neste mandato, o otimismo com o futuro do governo não é numericamente superior ao pessimismo: 35% acreditam que Lula fará um governo ótimo ou bom, enquanto os que esperam um desempenho ruim ou péssimo também são 35%. Outros 28% projetam um governo regular.
Em março de 2023, início do terceiro mandato, 50% esperavam um governo ótimo/bom, e apenas 21% tinham visão pessimista. A queda na expectativa revela um desgaste persistente, mesmo com ações recentes de comunicação e mudanças na Secretaria de Comunicação Social (Secom), agora comandada por Sidônio Palmeira.
Comparativos e recortes por segmento
Quando questionados de forma direta sobre aprovação do governo, o resultado mostra empate técnico: 49% desaprovam e 48% aprovam. Outros 3% não souberam responder.
A avaliação positiva atual (29%) é similar à registrada em 2005, durante a crise do mensalão. Em maio de 2021, na mesma etapa de governo, Jair Bolsonaro tinha 24% de avaliação positiva e 45% negativa, em meio à pandemia de Covid.
Segmentos específicos mostram oscilações:
- Mulheres: aprovação subiu de 24% para 30%.
- Mais pobres (até 2 salários mínimos): de 29% para 30%.
- Escolaridade superior: de 18% para 31%.
- Renda média e alta (acima de 2 salários): crescimentos entre 8 e 13 pontos percentuais.
- Nordeste: melhor desempenho regional com 38% de avaliação positiva, embora ainda abaixo dos 49% de dezembro.
- Sudeste: leve recuperação, de 20% para 25%.
Percepção da vida e nova ofensiva publicitária
A percepção sobre a própria vida também indica estagnação: 29% dizem que piorou com Lula, frente a 23% em julho passado. Já os que dizem que melhorou são 28%, dentro da margem de erro (antes eram 26%). A maior parte (42%) afirma que a vida permaneceu igual.
Em busca de reverter o cenário, o governo prepara uma ofensiva publicitária com previsão de até R$ 3,5 bilhões em contratos com ministérios, estatais e bancos. Na última quinta-feira (3), foi realizado um evento intitulado “Brasil Dando a Volta por Cima”, com tom eleitoral.
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