12 de julho de 2025
Saúde

Aumento de 30% nos casos de síndrome respiratória em 2025 preocupa para temporada de inverno

A gripe também foi responsável por metade das mortes por SRAG com diagnóstico de infecção viral em 2025, proporção que chega a 74,6%
O cenário, agravado pela combinação de frio, tempo seco e baixa adesão à vacinação, preocupa especialistas. Foto: Reprodução.
O cenário, agravado pela combinação de frio, tempo seco e baixa adesão à vacinação, preocupa especialistas. Foto: Reprodução.

Com a chegada oficial do inverno na sexta-feira (20), o Brasil entra em um período de maior atenção para as infecções respiratórias. Dados das primeiras 24 semanas epidemiológicas de 2025 mostram que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) já são 30% superiores aos registrados no mesmo período do ano passado. O cenário, agravado pela combinação de frio, tempo seco e baixa adesão à vacinação, preocupa especialistas da área da saúde.

De acordo com o Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o vírus influenza tem sido um dos principais responsáveis por esse aumento. Das quase 53 mil amostras positivas para vírus respiratórios analisadas até o momento, 27% foram causadas por influenza A ou B. Nas últimas quatro semanas, esse percentual saltou para mais de 40%. A gripe também foi responsável por metade das mortes por SRAG com diagnóstico de infecção viral em 2025, proporção que chega a 74,6% considerando apenas os óbitos recentes.

Para a infectologista Silvia Fonseca, professora do Instituto de Educação Médica, o comportamento típico do inverno é um agravante. “As pessoas ficam mais tempo em ambientes fechados, com pouca ventilação, seja em casa, no transporte público ou nos escritórios. Isso facilita a transmissão por gotículas, que podem atingir olhos, nariz ou boca de quem está por perto”, explica.

Além disso, segundo a especialista, o frio e o ar seco irritam as vias respiratórias, deixando o organismo mais vulnerável a infecções. A própria estrutura do vírus influenza também favorece a sua replicação e transmissibilidade em temperaturas mais baixas.

Vacinação em baixa

Mesmo com o cenário de aumento de casos e mortes, a vacinação contra a gripe ainda está longe da meta. Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 20 de junho, menos de 40% do público-alvo havia se vacinado contra a influenza este ano. A campanha nacional começou em abril, justamente para proteger os grupos de risco antes do pico da circulação viral.

O imunizante oferecido gratuitamente pelo SUS protege contra os principais subtipos do vírus em circulação: A H1N1, A H3N2 e B. A vacinação reduz drasticamente o risco de internações e mortes, mas a falsa percepção de que a gripe é uma doença leve segue como um obstáculo à cobertura vacinal. “O vírus influenza pode evoluir rapidamente para quadros de insuficiência respiratória, infecções pulmonares e internações prolongadas, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas”, alerta Silvia Fonseca.


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