A reunião que estava agendada para esta quinta-feira (20) entre a Associação dos Servidores do Sistema Socioeducativo do Estado de Goiás (ASSED-GO) e a (SEDS) Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Goiás foi cancelada, aumentando ainda mais a insatisfação da categoria. Diante disso, a presidente da ASSED-GO, Ana Leocádia de Lima Pires, reforçou a manutenção da paralisação e cobrou responsabilidade da Secretaria com as famílias dos adolescentes privados de liberdade.
“Nós resolvemos fazer esse vídeo após a decisão de manutenção da paralisação e pedimos para que a Secretaria tenha um pingo de consideração com as famílias, já que ela não tem com os servidores”, afirmou Ana Leocádia. Ela destacou a necessidade de que as famílias dos adolescentes internos sejam avisadas sobre a paralisação deste sábado, evitando deslocamentos desnecessários.
A presidente ressaltou que muitos familiares viajam do interior para visitar os adolescentes e que não devem ser penalizados pela falta de comunicação da gestão. “Não deixe que eles gastem dinheiro, percam seu tempo indo para unidades onde eles sabem que está paralisada por culpa do senhor Wellington Matos, que não desce do pedestal e não conversa com as representações”, criticou.
O Diário de Goiás entrou em contato com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Goiás e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
Falta de transparência e descaso com os servidores
A ASSED-GO também cobra mais transparência da Secretaria sobre o andamento das negociações. Segundo Ana Leocádia, há uma falta de informações sobre a recomposição salarial e a elevação dos agentes ao nível superior. “Nós solicitamos à gerência e à Secretaria que fossem avisadas as famílias, mas até agora não tivemos resposta. Queremos saber onde está o projeto da recomposição salarial, como está o andamento do nosso nível superior”, enfatizou.
Outro ponto criticado foi a postura do secretário Wellington Marques, que, segundo a associação, se recusa a dialogar com os servidores e ainda realiza ameaças dentro das unidades. “Nosso secretário não nos recebe, não conversa e ainda ameaça servidores. Essa gestão não pensa no servidor, não pensa no adolescente e muito menos nas famílias”, denunciou.
Números do sistema socioeducativo
Atualmente, há 135 adolescentes internados no sistema socioeducativo do estado, distribuídos da seguinte forma:
- Formosa: 22 adolescentes
- Anápolis: 25 adolescentes
- Goiânia: 45 adolescentes
- Luziânia: 29 adolescentes
- Porangatu: 2 adolescentes
- Itumbiara: 12 adolescentes
O levantamento não contabiliza os adolescentes em regime de semi-liberdade e do plantão interinstitucional.
Decisão da Justiça e continuidade da greve
Após a determinação do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para suspender a greve, a ASSED-GO decidiu manter a paralisação e arcar com as multas estipuladas. A decisão da Justiça atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral do Estado de Goiás (PGE-GO), que alegou ilegalidade no movimento. No entanto, a ASSED-GO defende que a paralisação foi anunciada de forma legal e reivindica melhores condições de trabalho, aumento salarial compatível e segurança no exercício da função.
A associação reforça que seguirá cobrando providências e que a categoria não aceitará o descaso com os servidores do sistema socioeducativo. “Se a Secretaria não quer dialogar, vamos continuar mobilizados. Nosso direito à dignidade e melhores condições de trabalho precisa ser respeitado”, concluiu Ana Leocádia.
Retratação:
O Diário de Goiás esclarece que a servidora Rosimeire José da Silva, que aparece nas imagens veiculadas na matéria anteriormente, não aderiu ao movimento. Pelo inconveniente da exposição, pedimos desculpas.
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