07 de julho de 2025
legislação

Após tragédia, governo quer avançar em regulamentação do balonismo

Uma reunião com entidades envolvidas no tema está prevista para os próximos dias, com expectativa de “avanço significativo” no processo
Hoje, o balonismo é praticado no país como uma atividade aerodesportiva, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Foto: Anac/Arquivo.
Hoje, o balonismo é praticado no país como uma atividade aerodesportiva, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Foto: Anac/Arquivo.

Após o acidente que deixou oito mortos durante um passeio de balão em Praia Grande (SC), no último sábado (21), o Ministério do Turismo anunciou que pretende avançar, ainda nesta semana, nas discussões para regulamentar a atividade de balonismo com fins turísticos no Brasil. Segundo a pasta, uma reunião com entidades envolvidas no tema está prevista para os próximos dias, com expectativa de “avanço significativo” no processo.

Hoje, o balonismo é praticado no país como uma atividade aerodesportiva, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Isso significa que os voos ocorrem “por conta e risco dos envolvidos”, sem regulamentação específica para o turismo. Atualmente, o Brasil não exige habilitação técnica específica para pilotos de balão de ar quente nem certificações obrigatórias que atestem a segurança das aeronaves usadas em passeios.

A falta de uma legislação clara tem sido motivo de preocupação crescente, especialmente em regiões que já consolidaram o balonismo como atrativo turístico. As prefeituras de Praia Grande (SC) e da vizinha Torres (RS), reconhecida como a capital brasileira do balonismo, afirmam buscar há anos a regulamentação da atividade, diante do aumento da demanda e do impacto econômico gerado pelos passeios.

As cidades estão localizadas em uma região de cânions e belezas naturais, com condições meteorológicas propícias para o balonismo, especialmente nos parques nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral.

O Ministério do Turismo informou que as discussões sobre o tema já estavam em andamento desde o início do ano. A proposta do governo é criar uma regulamentação específica, com foco na segurança dos turistas e no fortalecimento do setor. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também participa das discussões.

Em nota, a Confederação Brasileira de Balonismo (CBB) lamentou a tragédia e afirmou que sua missão é apenas fomentar a prática esportiva do balonismo, sem competência legal para regulamentar ou fiscalizar voos turísticos. “Neste instante delicado, nos unimos em respeito e sentimento às famílias enlutadas”, declarou a entidade.


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