01 de novembro de 2024
Saúde Pública

Anvisa proíbe termômetros com mercúrio: entenda o veto em vigor desde 2019 e suas implicações

A proibição de termômetros e esfigmomanômetros com mercúrio é uma medida para reduzir os riscos de contaminação ambiental e promover o uso de alternativas seguras
Alternativas eficazes e seguras já estão amplamente disponíveis no mercado (Foto: divulgação)
Alternativas eficazes e seguras já estão amplamente disponíveis no mercado (Foto: divulgação)

Desde 2019, a Anvisa proibiu a comercialização de termômetros e esfigmomanômetros (medidores de pressão) que utilizam mercúrio. A decisão visa reduzir os riscos ambientais e à saúde, impulsionando a adoção de alternativas digitais seguras e eficazes.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou, em 2019, o uso de dispositivos de medição que utilizam mercúrio, como termômetros e medidores de pressão, após uma longa discussão sobre os impactos nocivos do metal pesado. A proibição faz parte de um movimento global, liderado pela Convenção de Minamata, que visa reduzir o uso de mercúrio em diversas áreas, devido ao seu potencial tóxico para o meio ambiente e a saúde humana.

O mercúrio é amplamente conhecido por ser um metal líquido extremamente perigoso quando inalado ou em contato com a pele. A exposição a este elemento químico pode causar danos ao sistema nervoso, renal e digestivo, além de ser bioacumulativo, ou seja, persistir no organismo e no meio ambiente ao longo do tempo.

Antes mesmo do veto, a substituição de dispositivos com mercúrio já era uma realidade no mercado brasileiro. A preferência pelos aparelhos digitais foi crescendo, visto que oferecem uma medição mais precisa, são mais fáceis de manusear e eliminam o risco de contaminação por mercúrio em caso de quebra. Em 2018, um levantamento da Anvisa apontou que, no país, apenas três termômetros contendo mercúrio estavam registrados, enquanto 64 modelos digitais já contavam com autorização de venda. A mesma tendência foi observada com os medidores de pressão, com apenas dois modelos à base de mercúrio registrados, em comparação a 50 modelos alternativos.

Além da preocupação ambiental, o avanço tecnológico foi um fator determinante para a transição. “A tecnologia dos aparelhos digitais avançou tanto que hoje conseguimos medições mais rápidas, precisas e seguras, o que contribui para que o mercado praticamente não sinta falta dos antigos termômetros com mercúrio”, afirma o engenheiro biomédico André Mendes.

A decisão da Anvisa também atende à demanda de proteger o meio ambiente. Quando descartado de maneira inadequada, o mercúrio pode contaminar o solo e os cursos d’água, afetando não apenas ecossistemas, mas também a saúde humana, através da contaminação da cadeia alimentar. Pequenas quantidades de mercúrio podem gerar grandes impactos ambientais, o que torna o seu uso cada vez mais restrito.

Alternativas eficazes e seguras já estão amplamente disponíveis no mercado, como termômetros digitais e infravermelhos, além de esfigmomanômetros automáticos. Estes dispositivos modernos, além de não oferecerem riscos ambientais, apresentam vantagens em termos de praticidade e facilidade de uso. Outro benefício é a durabilidade, visto que a tecnologia digital tende a ter uma vida útil mais longa, necessitando de menos manutenção e calibração.

Com a proibição do mercúrio nos termômetros e medidores de pressão desde 2019, o Brasil se alinha a uma tendência global de proteção à saúde e ao meio ambiente. A substituição por alternativas digitais seguras e eficazes não só atende às exigências sanitárias, mas também traz benefícios tecnológicos para o consumidor. A expectativa é que o uso de mercúrio seja ainda mais restrito em diversos setores, com avanços contínuos em tecnologias seguras e sustentáveis.


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