11 de julho de 2025
Votação • atualizado em 03/07/2025 às 12:36

Alego aprova em 1ª votação prorrogação de calamidade financeira em Goiânia

Apesar da aprovação, o tema dividiu opiniões e gerou discursos intensos em plenário. O deputado Mauro Rubem (PT) foi um dos mais críticos à proposta
A matéria foi aprovada com 30 votos favoráveis e 7 contrários, e agora segue para análise da Comissão Mista antes de ser votada em segundo e último turno. Foto: Maykon Cardoso.
A matéria foi aprovada com 30 votos favoráveis e 7 contrários, e agora segue para análise da Comissão Mista antes de ser votada em segundo e último turno. Foto: Maykon Cardoso.

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou nesta quinta-feira (3), em primeira votação, o projeto de decreto legislativo que prorroga o estado de calamidade financeira e na saúde em Goiânia, a pedido da Prefeitura. A matéria foi aprovada com 30 votos favoráveis e 7 contrários, e agora segue para análise da Comissão Mista antes de ser votada em segundo e último turno.

Protocolado na Casa sob o nº 10546/25, o processo de autoria da Prefeitura Municipal da Goiânia solicita a prorrogação do Decreto Legislativo n° 641, de 19 de fevereiro de 2025, por mais 180 (cento e oitenta) dias, podendo ser prorrogado por igual período. Na justificativa da matéria, a administração pública municipal requer a prorrogação, sob o argumento de que não foi possível quitar saldo superior a 10% da dívida herdada da gestão anterior, conforme relatório de transição apresentado à época.

Apesar da aprovação, o tema dividiu opiniões e gerou discursos intensos em plenário. O deputado Mauro Rubem (PT) foi um dos mais críticos à proposta da gestão do prefeito Sandro Mabel. “Não existe razão nenhuma para fazer a prorrogação da calamidade financeira, a não ser atacar o direito da população e dos servidores públicos. A receita da prefeitura em 12 meses subiu 9%, enquanto as despesas aumentaram apenas 5%. O comprometimento da folha está em 46%, bem abaixo do limite de 54% previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. É mentira dizer que o problema é o servidor ganhar muito”, afirmou.

Também contrário à proposta, Issy Quinan (MDB) destacou parecer técnico do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que aponta ausência de justificativa para o estado de calamidade. “O que deve pautar o voto de cada parlamentar são os argumentos técnicos, e esses foram fornecidos de forma irrefutável pelo TCM. A calamidade é desnecessária neste momento. Goiânia não pode receber um tratamento diferenciado só por ser capital”, disse.

No entanto, a proposta recebeu apoio de parte significativa dos parlamentares. O deputado Gugu Nader (Avante) defendeu um voto de confiança à atual gestão. “Tomei a decisão de dar seis meses ao prefeito Sandro Mabel. Ele se comprometeu a não usar esse decreto para cometer irregularidades, como comprar sem licitação. Todos os prefeitos pedem isso. O prefeito fez um compromisso de tentar consertar e ajudar a cidade. Por isso, meu voto é favorável, com muito orgulho”, declarou.

Já Clécio Alves (Republicanos) subiu o tom contra o prefeito Sandro Mabel e classificou o decreto como uma “fraude”. “Isso é crime, é fraude contábil. O prefeito disse que quem votasse contra ele, ele ia expor para Goiânia inteira. Quem é você para querer pressionar deputado? Você não tem voto em Goiânia. Isso aqui é uma tentativa de manipular os números para justificar incompetência administrativa. Eu voto contra e com muita convicção”, disparou.

O projeto deve passar pela Comissão Mista antes de retornar ao plenário para segunda e última votação. Caso aprovado novamente, a prorrogação da calamidade permite à Prefeitura de Goiânia manter a flexibilização de regras fiscais e contratuais, sob o argumento de enfrentar desequilíbrios nas contas públicas e garantir serviços essenciais, especialmente na saúde.

Votaram a favor

  1. Alessandro Moreira (PP)
  2. Amilton Filho (MDB)
  3. Anderson Teodoro (Avante)
  4. André do Premium (Avante)
  5. Bruno Peixoto (UB)
  6. Cairo Salim (PSD)
  7. Charles Bento (MDB)
  8. Coronel Adailton (SD)
  9. Cristiano Galindo (SD)
  10. Dr. George Morais (PDT)
  11. Dra. Zeli (UB)
  12. Gugu Nader (Avante)
  13. Jamil Calife (PP)
  14. Julio Pina (SD)
  15. Karlos Cabral (PSB)
  16. Léo Portilho (PSC)
  17. Lincoln Tejota (UB)
  18. Lineu Olímpio (MDB)
  19. Lucas Calil (MDB)
  20. Lucas do Vale (MDB)
  21. Paulo Cezar (PL)
  22. Ricardo Quirino (REP)
  23. Rosângela Rezende (AGIR)
  24. Rubens Marques (UB)
  25. Talles Barreto (UB)
  26. Veter Martins (UB)
  27. Virmondes Cruvinel (UB)
  28. Vivian Naves
  29. Wagner Camargo Neto
  30. Wilde Cambao

Votaram contra

  1. José Machado (PSDB)
  2. Clécio Alves (REP)
  3. Major Araújo (PL)
  4. Gustavo Sebba (PSDB)
  5. Issy Quinan (MDB)
  6. Mauro Rubem (PT)
  7. Antônio Gomide (PT)

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