Com apenas dois anos de advocacia, o advogado autista Érick Tapajós, que é vice-presidente jovem da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência (CDPcD) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), representou a seccional no 1º Simpósio STJ: Autismo e Justiça, realizado em Brasília. Essa foi sua primeira palestra em um evento oficial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em sua fala, Érick trouxe a discussão sobre a realidade de milhares de brasileiros com espectro autista. “Cada experiência é singular, mas há algo universal: todas precisam de dignidade, respeito e pertencimento”, destacou o advogado, que atua diretamente na defesa dos direitos das pessoas neurodivergentes e também exerce a função de secretário-geral adjunto de Prerrogativas da OAB-GO.
O advogado integrou a mesa-redonda “Entre vidas e sentenças: experiências que humanizam a Justiça”, ao lado do presidente da Associação dos Juízes Federais, Caio Marinho; do juiz do Tribunal de Justiça do Paraná, Luís Ricardo Fulgoni; da presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB-AC, Andressa Schulz Calado; e do membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com TEA da OAB-AP, Jairo Pereira Santana Junior.
Érick destacou que a legislação que protege pessoas autistas só será real quando se traduzir em práticas consistentes, sustentadas por um pacto amplo entre Judiciário, poder público e sociedade civil. “Não basta garantir direitos no papel. Precisamos de um pacto nacional, de toda a sociedade e do Judiciário, para transformar a inclusão em política pública efetiva, e em respeito cotidiano”, disse o advogado autista.
Simpósio debateu sobre autismo e Justiça
O simpósio também promoveu discussões para o avanço da inclusão, abordando temas como a proteção dos direitos das pessoas com espectro autista, o desenvolvimento de sistemas judiciais verdadeiramente inclusivos e a urgência de tornar o Judiciário mais acessível, empático e comprometido com as singularidades humanas. O evento reuniu magistrados, juristas, acadêmicos e ativistas de diversas regiões do país.
A presidente da CDPcD, Luciana Prudente, afirmou que “a presença do advogado com transtorno do espectro autista em eventos no âmbito do Judiciário enriquece o debate jurídico e promove uma compreensão mais ampla das diversidades humanas, trazendo uma perspectiva única, fundamentada em experiências de vida e formas de raciocínio que muitas vezes desafiam os paradigmas tradicionais, contribuindo para uma justiça mais justa, empática e efetiva”.
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