20 de junho de 2025
Investigação • atualizado em 16/05/2025 às 13:16

Acusados de difamação nas redes, trio é alvo de operação em Anápolis; secretário está entre os investigados

Análises técnicas de endereços IP, dispositivos e quebras judiciais de sigilo permitiram à Polícia Civil identificar os envolvidos e desarticular a rede
A ação cumpre dez ordens judiciais, sendo três mandados de prisão temporária, três de busca e apreensão. Foto: PCGO.
A ação cumpre dez ordens judiciais, sendo três mandados de prisão temporária, três de busca e apreensão. Foto: PCGO.

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) de Anápolis, deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Máscara Digital, que mira um grupo criminoso acusado de disseminar conteúdo calunioso e difamatório em perfis falsos nas redes sociais.

Entre os alvos estão Ellysama Aires Lopes Almeida, jornalista e ex-proprietária das páginas investigadas, Denílson da Silva Boaventura, publicitário e diretor de operações do Portal6, e Luís Gustavo Souza Rocha, atual secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis.

A ação cumpre dez ordens judiciais, sendo três mandados de prisão temporária, três de busca e apreensão, além de medidas cautelares de bloqueio de contas nas redes sociais e quebra de sigilo de dados. Os investigados são apontados como os responsáveis pelas páginas “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”, usadas para atacar a honra de diversas pessoas da cidade com conteúdo ofensivo e, muitas vezes, baseado em informações falsas ou manipuladas.

“Esse perfil no Instagram disseminava ofensas gratuitas contra pessoas aqui da cidade. A operação foi deflagrada para reprimir a prática reiterada de crimes contra a honra, perseguição e uso de documentos falsos, tudo de forma orquestrada por uma associação criminosa”, explicou o delegado Marcos Adorno, que coordena a investigação.

Como funcionava o esquema

Segundo a polícia, a jornalista Ellysama Almeida era a intermediária principal, recebendo demandas para publicação de conteúdo ofensivo. Denílson Boaventura atuava como autor direto das postagens, enquanto o secretário Luís Gustavo teria se associado posteriormente, participando da produção e disseminação das mensagens. A investigação aponta que os três utilizavam identidades falsas e técnicas de ocultação digital para manter o anonimato dos perfis e evitar rastreamento.

No entanto, análises técnicas de endereços IP, dispositivos e quebras judiciais de sigilo permitiram à Polícia Civil identificar os envolvidos e desarticular a rede.

“Esse grupo se reunia com frequência, publicava conteúdos ofensivos de forma recorrente, e causava danos à imagem e à integridade psíquica de diversas vítimas em Anápolis”, destacou o delegado.

Crimes investigados

A operação apura os crimes de difamação, injúria, calúnia, perseguição (stalking), falsa identidade e associação criminosa. As penas previstas variam de um a cinco anos de prisão, podendo ser agravadas conforme o número de vítimas e a reincidência.

De acordo com o Geic, as investigações continuam e novas fases da operação não estão descartadas. A polícia acredita que mais pessoas estejam envolvidas na criação e manutenção dos perfis, que operavam desde o ano passado.

“Quem se sentir vítima dessas páginas deve procurar a delegacia mais próxima e registrar ocorrência. A participação da população é fundamental para dar fim a esse tipo de crime, que se aproveita do ambiente digital para atacar a honra alheia com covardia”, concluiu o delegado Marcos Adorno.


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