Uma enquete realizada pelo Diário de Goiás revelou que 66% dos participantes são favoráveis à desapropriação e demolição de um dos prédios mais emblemáticos — e problemáticos — do Centro de Goiânia. O imóvel, localizado na Rua 2 com a Avenida Araguaia, é conhecido como o “Redondo da Araguaia” e está com as obras paradas há décadas. Inspirado na sede da gravadora Capitol Records, em Los Angeles (EUA), o prédio nunca foi finalizado e hoje é apontado como um símbolo do abandono urbano na capital.
Na pesquisa, apenas 25% afirmaram serem contra a demolição e 9% não souberam opinar. A repercussão da enquete ocorre em meio à promessa do prefeito Sandro Mabel (UB) de resolver o impasse envolvendo o imóvel. Segundo ele, o prédio está condenado estruturalmente e deverá ser demolido para dar lugar a uma nova construção, dentro do plano de revitalização do centro de Goiânia.
“Esse prédio está aqui há mais de 40 anos. A sociedade cobra uma solução e ela será a demolição. Vamos aplicar a lei, desapropriar e construir algo que atenda o centro da cidade”, afirmou Mabel, durante visita ao local ao lado do deputado federal José Nelto que reforçou a urgência da ação: “É um prédio condenado. Tem que ser demolido e dar espaço para um prédio bonito, que contribua com a revitalização”. Confira o resultado da enquete em tempo real:
Projeto de lei vai agilizar desapropriações em Goiânia
A iniciativa da prefeitura está embasada em um projeto de lei apresentado pelo presidente da Câmara Municipal da capital, vereador Romário Policarpo, que visa agilizar a desapropriação de imóveis abandonados em Goiânia. Segundo a proposta, imóveis que não cumprem função social, permanecem abandonados e acumulam dívidas de IPTU há anos poderão ser retomados pelo poder público.
“São muitos imóveis que não pagam impostos há mais de dez anos. Com esse projeto, o município poderá simplificar a tomada desses imóveis, priorizando a habitação de interesse social”, explicou Policarpo. O projeto, apresentado no ano passado, teve a tramitação retomada a pedido do prefeito e deve entrar em pauta nas próximas semanas.
De acordo com um levantamento preliminar da prefeitura, cerca de 200 imóveis estão abandonados em Goiânia. Mabel considera esses imóveis um risco à segurança urbana e ao equilíbrio arquitetônico da cidade. “Não podemos permitir que imóveis em ruínas comprometam o futuro do Centro de Goiânia. É hora de dar uma resposta à população”, concluiu.
Prédio Redondo: um passado estagnado e um futuro incerto
A construção do “Redondo da Araguaia” teve início em 1994, com projeto arquitetônico ambicioso, mas jamais concluído. Desde então, o local passou por diferentes donos, mudanças de planos e abandonos consecutivos, tornando-se alvo de críticas, vandalismo e insegurança.
Com o apoio da população registrado na enquete do Diário de Goiás, a expectativa é de que, agora, o prédio finalmente saia do limbo urbano e dê lugar a um novo capítulo no processo de requalificação do centro da capital.
Leia mais sobre: Abandono Urbano / Centro de Goiânia / Goiás / Cidades / Geral / Notícias do Estado
