10 de outubro de 2024
bem-estar

3 dicas para melhorar a relação entre pais e adolescentes

Ter um vínculo saudável com os pais proporciona um ambiente seguro e de apoio, em que os adolescentes se sentem mais à vontade para expressar suas dúvidas, medos e opiniões. Isso contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a empatia, o respeito e a comunicação assertiva.

Além disso, a presença ativa dos pais ajuda a fortalecer a autoestima dos filhos, orientando-os na tomada de decisões e na construção de valores, o que se reflete em um crescimento mais equilibrado e preparado para lidar com as complexidades da vida adulta.

Apoio familiar

Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, o apoio familiar e social tem extrema importância no desenvolvimento saudável do adolescente. Os resultados mostraram que jovens que cresceram em ambientes acolhedores demonstraram comportamentos mais empáticos e responsáveis na vida adulta.

Porém, um levantamento do Pew Research Center revelou que cerca de 62% dos pais enfrentam dificuldades significativas ao lidar com filhos na adolescência. Essa percepção é especialmente alta entre mães, com 30% relatando que ser mãe é muito mais complicado do que o esperado, em comparação com 20% dos pais​. 

Impactos na relação e formação do jovem

Um relatório publicado pelo National Center for Health Statistics mostrou que cerca de um quarto dos adolescentes disse que recebe o apoio social e emocional de que precisa, enquanto os pais eram quase três vezes mais propensos a acreditar que seus filhos recebiam esse suporte. 

Segundo Deborah Klajnman, psicóloga e psicanalista, atualmente, com o excesso de tarefas e cobranças do mercado de trabalho, não é raro ver pais que não conseguem se dedicar aos filhos por falta de tempo e até disposição. “Muitos acabam não acompanhando o seu desenvolvimento, ou o fazem de forma precária, prejudicando não só a relação, mas a formação do jovem”, explica.

Melhorando a relação entre pais e filhos

Conforme Danielle H. Admoni, psiquiatra geral e da infância e adolescência, é importante cultivar uma boa relação entre pais e filhos. “A proximidade entre pais e filhos é fundamental para fortalecer vínculos afetivos e gerar segurança, confiança e autonomia no adolescente”, explica.

A psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C, acrescenta que construir laços e um convívio saudável com seu filho é uma conduta que fará toda a diferença no futuro dele. Por isso, abaixo, confira os pontos levantados pelas especialistas para melhorar esta relação!

1. O que você sabe sobre seu filho?

Você conhece os amigos do seu filho? Sabe qual é o esporte preferido dele? Ouve seu dia a dia na escola, como o que aprendeu ou quem conheceu? Parecem apenas detalhes, mas essas informações dizem muito sobre seu filho e a relação de vocês.  

Segundo Danielle Admoni, ter conhecimento sobre as características do adolescente, preferências, qualidades e defeitos, é fundamental não só para o relacionamento, mas para entender como seu filho encara o mundo, quais suas percepções e a maneira como lida ou reage a determinadas situações. “Acompanhar a vida de um filho e estar presente nela é o maior benefício que os pais podem proporcionar a ele”, explica.  

É fundamental estar presente durante o crescimento do jovem. “Participar do seu desenvolvimento e manter o vínculo e o cuidado demonstram que você está disposto a conhecer ou reconhecer o mundo do seu filho, além de transmitir valores como empatia, confiança e responsabilidade afetiva”, acrescenta Deborah Klajnman.

Casal conversando com o filho no sofá
É importante ter um momento dedicado totalmente à família (Imagem: Pressmaster | Shutterstock)

2. O que vocês fazem juntos?

Estar junto denota a importância que se dá à convivência familiar. O trabalho te sobrecarrega a ponto de você não ter tempo e energia para estar com seu filho? E, quando está com ele, consegue se desligar de tudo (inclusive do celular) e dedicar total atenção? Você interage com suas atividades, seus interesses, seus hobbies?  

“Uma relação próxima gera segurança ao adolescente, sendo fundamental para sua saúde mental, autoconfiança e construção de sua autoestima. O mais importante: independentemente do que façam juntos, curta cada minuto de forma genuína, e não por obrigação”, pontua Monica Machado. 

3. Quem seu filho procura quando precisa de ajuda?

Você mantém um canal aberto com o seu filho? Por quem ele chama quando está com algum problema? Você sabe de situações sobre seu filho por ele mesmo ou por outras pessoas? Os pais tendem a querer ser o porto seguro de seus filhos, mas nem todos são. “Mesmo sendo pai e mãe, nem sempre o filho os tem como referência de segurança. Muitas vezes, este posto pode ser da avó ou de uma tia, caso o jovem sinta mais afinidade com uma ou outra”, diz Monica Machado.  

Para Deborah Klajnman, ser a pessoa a quem seu filho recorre quando precisa requer credibilidade. “Um bom exemplo é nunca menosprezar o que ele está pensando ou sentindo. Mostre que você valida seus sentimentos. Essa postura fará com que o adolescente sinta abertura para expor suas emoções”, aconselha.  

Por fim, coloque em prática a escuta ativa. “Quando seu filho te procurar para falar, dê total atenção. Ouça tudo até o final, sem interrupções. Deixe para emitir suas opiniões somente quando tiver certeza de que ele disse tudo o que precisava. Assim, seu filho saberá que tem em você o suporte emocional que precisará em todas as fases da vida”, finaliza Danielle Admoni.

Por Flávia Ghiurghi


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